
O ex-policial civil e ex-assessor parlamentar Kleber Ferraz Albues foi condenado a 9 anos e 11 meses de prisão em regime fechado pelos crimes de homicídio simples, falsidade ideológica, sequestro e ocultação de cadáver do músico Thiago Festa Figueiredo, morto em dezembro de 2011, em Cuiabá. O julgamento aconteceu na 1ª Vara Criminal da capital e se estendeu da manhã de quinta-feira (10) até a madrugada desta sexta (11).
Além dele, o técnico de informática Hueder Marcos de Almeida, apontado como cúmplice, foi sentenciado a 1 ano de detenção em regime aberto por homicídio culposo.
Segundo a denúncia do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), Thiago Festa foi morto após ser forçado a ingerir medicamentos de uso restrito, sem prescrição médica, em uma clínica de desintoxicação clandestina, chamada JKR. Na época, o músico havia sido detido pela Polícia Militar por posse de drogas e levado ao Centro Integrado de Segurança e Cidadania (CISC) Norte.
No local, Kleber, que atuava como investigador de polícia, teria coagido a vítima sob ameaça de arma de fogo a se internar na clínica. Lá, Thiago foi dopado e morreu no chamado “quarto da disciplina”, usado para contenção de pacientes. Para ocultar o crime, o corpo foi abandonado às margens de uma estrada na região do Distrito da Guia, e os autores tentaram simular um caso de overdose.
As investigações também apontaram falsificação do boletim de ocorrência e a tentativa de esconder a internação compulsória da família da vítima. Inicialmente, os réus haviam sido absolvidos e os crimes considerados prescritos, mas o Tribunal de Justiça de Mato Grosso reformou a decisão após recurso do Ministério Público, determinando o julgamento por júri popular.
Kleber Ferraz Albues ocupava até junho deste ano o cargo de assessor parlamentar no gabinete do deputado estadual Júlio Campos (UNIÃO). Após a confirmação da data do julgamento, ele foi exonerado do cargo.