
A Força Aérea Brasileira (FAB) corre o risco de paralisar voos de transporte de autoridades e missões essenciais a partir do dia 3 de agosto, por falta de querosene de aviação. O combustível, indispensável para o funcionamento das aeronaves, está disponível por mais duas semanas, segundo informações repassadas pela FAB à coluna de Andreza Matais, no site Metrópoles.
A crise é consequência do bloqueio orçamentário de R$ 812,2 milhões imposto ao Comando da Aeronáutica (Comaer) em maio. Em nota, a FAB afirmou que o contingenciamento teve efeitos “severos” e atingiu “praticamente todas as atividades”, incluindo setores operacionais, logísticos e administrativos.
Entre os voos que podem ser impactados estão os que transportam ministros de Estado, chefes dos Poderes e também os usados em missões como transporte de órgãos para transplantes, resgates e ações emergenciais.
Apesar do cenário financeiro crítico, o governo federal autorizou a instalação de duas salas VIP da FAB em Belém (PA), para atender autoridades durante a Conferência do Clima (COP 30), marcada para 2025.
Do orçamento total de R$ 29,4 bilhões previsto para a Aeronáutica neste ano, aproximadamente R$ 23,7 bilhões são destinados ao pagamento de pessoal ativo e inativo, restando apenas R$ 2,2 bilhões para custeio de insumos como combustível. Outros R$ 1,6 bilhão estão voltados a investimentos, o que deixa a FAB com margem limitada para manter operações básicas. Além do abastecimento, a manutenção das aeronaves também está sendo prejudicada.