
Vídeos obtidos pela reportagem do Metrópoles mostram agentes da Polícia Civil do Rio de Janeiro realizando buscas na residência de Vivi Noronha, influenciadora digital e esposa do cantor MC Poze do Rodo, preso na última quinta-feira (29/5). As investigações apontam que Vivi e sua empresa estariam recebendo recursos diretamente ligados ao Comando Vermelho (CV), por meio de pessoas interpostas, conhecidas como “laranjas”.
De acordo com as análises financeiras feitas pela polícia, o dinheiro do tráfico de drogas e da lavagem de capitais operada pela facção foi direcionado para contas bancárias associadas a Vivi. A influenciadora passou a ser um dos focos centrais do inquérito, que busca desvendar como valores ilegais estão sendo integrados à economia formal e ao consumo digital.
Elo com a narcocultura
Para os investigadores, o papel de Vivi é simbólico e estratégico. Ela representaria o elo entre a atividade criminosa e o mundo do entretenimento e da influência nas redes sociais, conferindo aparência de legalidade ao dinheiro vindo do tráfico e ajudando a disseminar o que os agentes chamam de “narcocultura”.
Produtora na mira
Além de Vivi, a Leleco Produções, empresa que organiza bailes funk supostamente ligados ao CV, também foi alvo da operação. Segundo a polícia, os eventos promovidos pela produtora funcionavam como pontos de venda de drogas e de propaganda da cultura criminosa.
As investigações indicam que tanto a produtora quanto seu responsável receberam repasses financeiros de operadores ligados ao Comando Vermelho, com a ajuda de pessoas físicas e jurídicas usadas para esconder a origem ilícita do dinheiro.
Um dos remetentes identificados é um segurança pessoal de Edgar Alves de Andrade, o “Doca”, apontado como chefe do CV no Complexo do Alemão. Outro é um operador do sistema financeiro informal com histórico internacional e procurado pelo FBI por envolvimento com a Al-Qaeda, segundo documentos de cooperação internacional.
https://youtu.be/w8N_-JrH4_E?si=u2tvnKvMcET7ZXd_