
Além dos filmes das Mostras Competitivas de curta e longa-metragem, o 22º Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá-Cinemato traz a exibição de cinco produções de destaque ou premiadas em outras edições e Festivais pelo Brasil, nas sessões Hors Concurs, no fim de semana do evento, de 18 a 20 de julho, no Teatro da UFMT. Dentre eles, dois são de Mato Grosso, e os demais do Amazonas, Ceará e o último do Rio de Janeiro, dirigido por Dira Paes, encerrando a exibição gratuita de filmes d.
“60 anos depois (MT)”, com direção de Flávio Ferreira, e “Cobra Canoa (AM)”, de Enio José de Oliveira Staub foram exibidos na sexta (18), mas ainda tem, no domingo (20), os filmes “Peixe Morto (CE)”, de João Fontenele, “Gênesis Rap Projetc (MT)”, com direção de Abra Furgerson, e “Pasárgada (RJ)”, de Dira Paes.
Entre a plateia, artistas, literários, jornalistas, produtores culturais mato-grossenses e elenco de “60 anos depois” foram conferir o filme do diretor Flávio Ferreira, que traz em sua sinopse as profundas cicatrizes deixadas pela ditadura nos anos 60 no Brasil, através dos relatos pungentes de seus próprios sobreviventes no estado do Mato Grosso.
A segunda produção da noite também trouxe marcas no Amazonas, em “Cobra Canoa”, que cujo personagem Doéthiro Álvaro Tukano retorna ao Alto Rio Negro, depois de 30 anos, e vai em busca das tradições de seus ancestrais, proibidas por padres Salesianos. Na luta pelo direito à terra e a cultura, Tukano foi perseguido e agora volta à sua terra para resgatar o que a máquina do tempo não consegue apagar.
E no domingo (20), quando encerra a 22ª edição do Festival de Cinema de Cuiabá, o público vai assistir, a partir das 18h30, o filme “Peixe Morto”: um curta, que conta a história de dois amigos caminhoneiros, em uma estrada de terra, onde enfrentam um problema mecânico e são surpreendidos pela ajuda de uma mulher que mora ali por perto. Ela indica uma oficina, leva os dois para sua casa e a convivência se desenrola de forma misteriosa.
Após, será apresentado o Projeto Gênesis Rap nas Escolas. Um documentário que revela a voz que ecoa das vielas, transforma dor em poesia, vivência em missão, na jornada de Jorjão Oliveira em salas de ensino público, em Mato Grosso. Mostra o compromisso de plantar a semente de conscientização, esperança, pertencimento e respeito, para que os jovens não sigam o descaminho da violência, uso de drogas, cadeia e morte
Encerrando as exibições de filmes do Festival, antes da cerimônia de entrega dos Prêmios “Coxiponé” e “Dira Paes”, o público vai assistir Pasárgada, que traz no elenco a atriz e diretora, Dira Paes, Ilson Gonçalves, Humberto Carrão, Kássia Kis e Peter Ketnath.
Um filme intenso, onde a personagem principal é Irene, uma ornitóloga solitária de 50 anos, que durante uma pesquisa secreta na floresta tropical mergulha em uma viagem sensorial de resgate dos seus desejos, encarando seus dilemas que confrontam o tráfico ilegal de pássaros silvestres.
O FESTIVAL
“Pela primeira vez na vida a gente faz um Festival com 40 dias. Achávamos até que não conseguiríamos números de filmes inscritos. Mas parece que o Brasil inteiro aguardava o anúncio do Festival de Cuiabá: com nove dias de inscrição tivemos 458 filmes inscritos (um recorde na história de 32 anos de Cinemato)”, destaca o curador, produtor e idealizador do Festival de Cinema de Cuiabá, Luiz Carlos Borges.
O evento tem entrada gratuita de 14 a 20 de julho, com área gastronômica e de artesanato, na Feira Amazônia, no Teatro da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). O tema da 22ª edição é “Decolonizando a Amazônia”, e homenageia Silvino Santos (1886-1970) – o cineasta da selva – português, que imigrou para o Brasil no início do século, tornando-se um dos pioneiros do cinema e da fotografia.
Propõe uma reflexão sobre a libertação política, cultural, econômica e social da região, valoriza os saberes ancestrais e a autonomia dos povos que ali vivem, questiona estruturas de poder e abre caminhos para reconstruir identidades e imaginar novos futuros. Bem como de outras regiões, exibindo 62 filmes brasileiros, de 18 Estados, revelando a riqueza do audiovisual no país.
O Festival CINEMATO é uma realização do Instituto INCA-Inclusão, Cidadania e Ação, com patrocínio do Governo do Estado de Mato Grosso, via Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel-MT), em parceria com a Pró-Reitoria de Cultura, Extensão e Vivência (Procev – UMFT), Primeiro Plano Cinema e Vídeo e Canal Brasil.
Também tem o apoio da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), Secretaria Municipal de Cultura, Cineclube Coxiponés -UFMT, Curso de Cinema e Audiovisual da UFMT, Rede Cineclubista de Mato Grosso (REC-MT), da Cinemateca Brasileira e da Sociedade Amigos da Cinemateca, Comitê de Cultura de Mato Grosso, TV Centro América e Amazônia Flix.
Os ingressos são gratuitos, disponíveis no site www.festivalcinemato.com.br e na bilheteria do Teatro da UFMT. Instagram: @festivalcinemato.