deputado Carlos Avallone, presidente da Comissão de Fiscalização e Acompanhamento da Execução Orçamentária da Assembleia Legislativa
O deputado Carlos Avallone, presidente da Comissão de Fiscalização e Acompanhamento da Execução Orçamentária da Assembleia Legislativa, afirmou nesta semana que o governo Mauro Mendes não trabalha com a possibilidade de recompor as perdas salariais dos servidores públicos no próximo ano. Segundo ele, a gestão estadual não demonstra intenção de conceder o Reajuste Geral Anual (RGA) ou qualquer outro mecanismo que eleve a remuneração do funcionalismo.
De acordo com o parlamentar, mesmo com a previsão de receita elevada para 2026, o Executivo mantém como prioridade a agenda de investimentos, deixando a correção salarial dos servidores em segundo plano. “O governo atual não tem este compromisso de recuperar distorções do passado. Ele fala isso com transparência. Afirma que, se conceder reajustes, faltará dinheiro para investimentos”, declarou.
A discussão ocorre em meio à análise do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2026, encaminhado pelo Executivo à Assembleia Legislativa. A Secretaria de Estado de Fazenda estima uma receita de R$ 40,7 bilhões para o próximo ano. No entanto, deputados como Eduardo Botelho, presidente da Comissão de Constituição e Justiça, criticam o que chamam de “orçamento subestimado”, apontando que o governo repete, anualmente, previsões inferiores ao que realmente arrecada.
Mesmo com índices considerados robustos por parlamentares e com Mato Grosso avaliado com nota A pelo Tesouro Nacional, o governo sustenta que a concessão de reajustes poderia comprometer o equilíbrio fiscal do Estado. Argumento semelhante tem sido utilizado em pautas como a convocação de aprovados em concursos públicos, incluindo o da Polícia Militar.
Avallone reforçou que a competência legal para propor correções salariais é exclusiva do Executivo. “A Assembleia não pode criar aumento para os servidores. Só podemos deliberar a partir de uma proposta enviada pelo governo”, explicou.
O tema deve continuar no centro dos debates à medida que a tramitação da LOA avança e pressões de categorias do funcionalismo se intensificam.

