O funcionário Welliton Gomes Dantas, suspeito de participar do esquema que desviou quase R$ 15 milhões da Bom Futuro, afirmou ter cometido um “erro não perdoável” ao prestar depoimento à Polícia Civil. Com mais de 13 anos de atuação na empresa, ele declarou que o cargo foi seu primeiro emprego de carteira assinada e que se arrepende do crime.
“Existem vários tipos de erro, do perdoável até o não perdoável. Imagino que o meu é não perdoável. Vou ter que cumprir minha sentença”, disse. “Queria deixar registrado que, independente da mágoa que os chefes da Bom Futuro vão ter comigo, eu aprendi muito lá. Foi o meu primeiro serviço de carteira assinada. Agradeço a eles pela oportunidade que nunca mais terei.”
O esquema funcionou por quase dois anos e contava com a participação do empresário Vinícius de Moraes Sousa, sócio da VS Transportes Bovinos, que também foi preso. Segundo a investigação, Welliton, que recebia cerca de R$ 7 mil mensais, aproveitou brechas nos sistemas internos para autorizar pagamentos indevidos à transportadora.
Ele e o empresário decidiram “testar” uma forma de burlar documentos fiscais. Como os transportes eram realizados dentro do estado, não havia exigência do CT-e (Conhecimento de Transporte Eletrônico). Mesmo assim, Vinícius emitia o documento, encaminhava ao sistema da Bom Futuro e Welliton autorizava o pagamento. Os valores eram então divididos entre os dois.
A fraude veio à tona após uma auditoria interna identificar o rombo milionário. Welliton foi preso em flagrante no momento em que emitia uma nova nota de R$ 200 mil, que também seria desviada parcialmente.
