
Na manhã desta sexta-feira (18), o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) deflagrou a Operação Incursio Contra Terram, resultando em oito prisões em flagrante e no cumprimento de 11 ordens judiciais. A ação visa desmantelar uma organização criminosa suspeita de planejar e executar a invasão de uma área pública em Cuiabá, capital de Mato Grosso.
A operação é fruto de investigações iniciadas após denúncias anônimas recebidas pela Ouvidoria do Ministério Público, que indicavam uma articulação criminosa para ocupação ilegal de terrenos. Conforme apurado, o grupo agia com apoio da facção Comando Vermelho e teria contado, ainda, com o auxílio de servidores públicos para coordenar a ação criminosa.
Segundo o Gaeco, a ocupação era organizada de forma sistemática: a área seria dividida em ruas e lotes, cada um sob responsabilidade de um integrante do grupo, que gerenciava a comunicação com os futuros ocupantes por aplicativos de mensagens. Nesses canais, eram repassadas informações como datas, locais e valores cobrados para adesão à ocupação.
Além das prisões e das ordens judiciais, foram lavrados 60 Termos Circunstanciados de Ocorrência (TCOs) — documentos que registram infrações de menor potencial ofensivo — no decorrer da operação.
Com base nas provas reunidas, o Ministério Público aponta indícios dos crimes de:
- Organização criminosa (Lei nº 12.850/2013),
- Esbulho possessório (art. 161, II, do Código Penal),
- Corrupção ativa e passiva (art. 317 do Código Penal).
As diligências foram autorizadas pela juíza Edna Ederli Coutinho, do Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo). As investigações permanecem em andamento e novas medidas podem ser adotadas conforme o avanço das apurações.
A operação reforça o compromisso do Gaeco e do Ministério Público com o combate à criminalidade organizada e à corrupção, especialmente em ações que afetam diretamente o direito à moradia e a ordem pública.