
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, ingressou com uma queixa-crime no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO), sob a acusação de injúria e difamação. A ação será analisada pelo ministro Luiz Fux.
A motivação da queixa está em uma publicação feita por Gayer nas redes sociais, onde ele questionou a nomeação de Gleisi para a Secretaria de Relações Institucionais (SRI) do governo Lula. Em sua postagem, o deputado também citou o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), e os presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
Os advogados da ministra alegam que as declarações de Gayer extrapolam os limites da liberdade de expressão, incitando a violência política e promovendo misoginia ao diminuir a relevância de uma mulher em um cargo de alto escalão no governo. A petição também destaca o amplo alcance do parlamentar nas redes sociais, o que amplifica os danos e contribui para a propagação de ataques políticos de gênero.
A polêmica teve início após uma declaração do presidente Lula, na qual ele afirmou ter escolhido uma “mulher bonita” para a SRI com o objetivo de melhorar as relações com o Congresso. Diante disso, Gayer ironizou a escolha e questionou Lindbergh Farias se ele aceitaria que seu chefe, o presidente, “oferecesse sua esposa” a outros membros do Congresso, comparando a situação à de um “cafetão” oferecendo uma garota de programa.
Além da ação no STF, o Partido dos Trabalhadores (PT) acionou o Conselho de Ética da Câmara contra Gayer, acusando-o de quebra de decoro parlamentar. O presidente interino do PT, senador Humberto Costa (PT-PB), classificou as falas do deputado como “descontroladas e insanas”.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, também anunciou que tomará medidas jurídicas contra Gayer pelas ofensas. Ele afirmou que a Advocacia do Senado Federal atuará para representar o caso no STF.