
Em reunião realizada em Brasília na quinta-feira (7), o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), cobrou maior empenho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para resolver a crise diplomática com os Estados Unidos. O governo americano impôs uma taxa de 50% sobre as exportações brasileiras, gerando apreensão no setor produtivo.
Mendes pediu que Lula assuma o protagonismo na negociação e abandone a postura de “jogar para o time eleitoral”. Ele comparou a situação do Brasil à da Venezuela, ressaltando que mesmo potências como a China precisaram negociar com os Estados Unidos.
“Ele é o presidente desse país, foi democraticamente eleito… Ele não pode abrir mão de dialogar com o presidente americano”, afirmou. O governador criticou o ex-presidente Donald Trump, mas destacou que o Brasil não pode simplesmente “peitar” a maior economia do planeta.
Críticas ao Congresso e ao Supremo
Na mesma reunião, Mendes direcionou críticas ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal (STF). Defendeu que a anistia para os condenados nos atos de 8 de janeiro, que pode beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro, seja pautada e votada.
O governador ainda criticou o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, pela resistência em pautar um pedido de impeachment contra o ministro do STF Alexandre de Moraes, classificando a postura como “autoritarismo”.
“Não podemos aceitar, sob hipótese alguma, sob o pretexto de defender a democracia, tolerar o autoritarismo. E me parece que isso está acontecendo hoje no Brasil. Vi uma declaração do presidente Alcolumbre hoje que me preocupou. Quando ele diz que mesmo que 81 senadores assinarem o impeachment, ele não vai pautar, quer dizer: isso é autoritarismo”, declarou.
Sobre o STF, Mendes afirmou que “está havendo excessos”, citando o julgamento do chamado juiz de garantia e a atuação de Moraes em processos que ainda não terminaram, o que, segundo ele, “arrasta o Brasil com a crise”.
O encontro reuniu ainda governadores alinhados à direita, como Ronaldo Caiado (GO), Tarcísio de Freitas (SP), Romeu Zema (MG) e Eduardo Leite (RS).