
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) oficializou nesta segunda-feira (20) o convite ao deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) para assumir o cargo de ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, em substituição a Márcio Macêdo, que ocupava o posto desde o início do governo, em janeiro de 2023.
O anúncio foi confirmado em comunicado oficial do Palácio do Planalto, e a nomeação será publicada na próxima edição do Diário Oficial da União. A Secretaria-Geral tem papel estratégico dentro da estrutura do governo, responsável por articular o diálogo com movimentos sociais e organizações da sociedade civil — uma função que se alinha ao perfil político e histórico de atuação de Boulos.
A reunião que consolidou o convite ocorreu no Palácio do Planalto e contou com a presença de Macêdo, da ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), do ministro Rui Costa (Casa Civil) e de Sidônio Palmeira (Comunicação Social).
Em nota, a Presidência confirmou o novo arranjo e destacou que Boulos “irá substituir o ministro Márcio Macêdo na função, com a nomeação a ser publicada no Diário Oficial de amanhã”.
Em entrevista à colunista Mônica Bergamo, o novo ministro revelou que recebeu de Lula a “missão de ajudar a colocar o governo na rua”, afirmando que pretende viajar pelo país, com um gabinete instalado no Planalto, para estreitar a relação do Executivo com a população e movimentos sociais.
“Vou rodar o país e conversar com os movimentos sociais, com o povo. Lula me chamou para trabalhar pelas demandas populares, e é isso o que eu vou fazer”, afirmou o deputado.
Boulos também teria acertado com o presidente que não disputará reeleição à Câmara em 2026, dedicando-se integralmente ao novo cargo. A previsão é que ele lidere caravanas e encontros com lideranças sociais, em uma retomada do modelo de mobilização popular que marcou os primeiros governos petistas. Caso volte a disputar eleições em 2026, deverá deixar o ministério em abril do próximo ano.
A mudança ocorre após Márcio Macêdo enfrentar resistência interna e críticas à sua condução política da pasta. Próximo de Lula, o ex-ministro deve disputar uma vaga na Câmara dos Deputados por Sergipe em 2026.
Com a entrada de Boulos, Lula reforça a estratégia de reconectar o governo com a base popular — movimento que, além de político, tem forte valor simbólico para o Planalto.
