 
        O Guns N’ Roses surgiu no caos da cena musical de Los Angeles em meados dos anos 1980. Com uma mistura explosiva de punk, hard rock e atitude autodestrutiva, o grupo liderado por Axl Rose e Slash conquistou o mundo, rompeu padrões e redefiniu o que significava ser uma banda de rock. Em pouco tempo, tornaram-se lenda — amados, temidos e, acima de tudo, imortais.
A EXPLOSÃO DE LOS ANGELES

Em 1985, no coração decadente do Sunset Strip, a fusão das bandas L.A. Guns e Hollywood Rose deu origem ao Guns N’ Roses. A formação clássica — Axl Rose (vocais), Slash (guitarra solo), Izzy Stradlin (guitarra base), Duff McKagan (baixo) e Steven Adler (bateria) — rapidamente chamou atenção pela intensidade de suas apresentações e pela vida desregrada fora dos palcos.
Em 1987, lançaram seu primeiro álbum, Appetite for Destruction. O disco começou devagar, mas quando o single Sweet Child o’ Mine explodiu nas rádios e na MTV, o sucesso foi inevitável. Com clássicos como Welcome to the Jungle e Paradise City, o álbum vendeu mais de 30 milhões de cópias e se tornou o mais vendido de estreia da história do rock.
O público via neles o que faltava às bandas da época: perigo real, honestidade crua e um som que misturava fúria e melodia com perfeição.
O REINADO E A QUEDA
Nos anos seguintes, o Guns se tornou o maior nome do rock mundial. Os shows eram épicos — e imprevisíveis. Axl Rose era tão genial quanto temperamental, e os conflitos internos começaram a crescer junto com a fama.
Em 1991, a banda lançou Use Your Illusion I e II, dois álbuns lançados simultaneamente que mostravam uma sonoridade mais ambiciosa e complexa. Com baladas como November Rain e Don’t Cry e a agressiva You Could Be Mine, o grupo lotou estádios em todo o planeta e se consolidou como a última grande banda de rock de arena do século XX.
Mas os excessos começaram a cobrar caro. Steven Adler foi demitido por problemas com drogas, Izzy Stradlin saiu no auge, e as brigas entre Axl e Slash se tornaram constantes. O Guns N’ Roses, símbolo do caos e da genialidade, estava prestes a implodir.

O SILÊNCIO E O MITO
Após o lançamento de The Spaghetti Incident? em 1993, o grupo praticamente desapareceu. Slash, Duff e os demais deixaram a banda, enquanto Axl Rose se isolou, cercado por mistério e boatos.
Durante mais de uma década, fãs aguardaram ansiosos o prometido álbum Chinese Democracy. Com gravações intermináveis, mudanças de formação e gastos milionários, o disco se tornou uma lenda antes mesmo de existir.
Quando finalmente foi lançado, em 2008, trouxe uma sonoridade moderna e experimental — mais próxima do rock industrial do que do som clássico da banda. Apesar das críticas divididas, o álbum provou que o nome Guns N’ Roses ainda era sinônimo de ousadia e reinvenção.
O RENASCIMENTO
Em 2016, algo que parecia impossível aconteceu: Axl Rose, Slash e Duff McKagan voltaram a dividir o palco na turnê Not in This Lifetime. O reencontro emocionou fãs em todo o mundo e arrecadou mais de US$ 580 milhões, tornando-se uma das turnês mais lucrativas da história.
A química estava de volta. Desde então, o Guns N’ Roses segue se apresentando com força e carisma, lançando músicas inéditas e mantendo viva a chama do rock. O tempo passou, mas a banda continua atraindo multidões de todas as idades — prova de que sua rebeldia é atemporal.
LEGADO
Mais do que uma banda, o Guns N’ Roses é um símbolo de contradição e intensidade. Foram heróis e vilões, poetas e desajustados, gênios e autodestrutivos.
Seu impacto ultrapassou o rock: moldaram moda, comportamento e inspiraram gerações de artistas. Ainda hoje, ouvir Welcome to the Jungle ou November Rain é sentir o mesmo fogo que incendiou o Sunset Strip em 1987.
O Guns N’ Roses não foi apenas “a banda mais perigosa do mundo”. Foi — e ainda é — a prova de que o rock nunca morre, apenas muda de forma.


 
         
                             
                             
         
                             
                             
         
        