
Pela primeira vez na história do Brasil, uma comunidade indígena participou de um treinamento imersivo teórico e prático na modalidade de aventura rafting, com foco em capacitação técnica, desenvolvimento pessoal e valorização comunitária. A iniciativa foi destinada aos indígenas da etnia Haliti-Paresi, em Campo Novo do Parecis (MT), e representa um marco para o etnoturismo de aventura no país.
A ação foi conduzida pelo educador físico e especialista em esportes de aventura Ademar Gomes Laurindo, conhecido como Ademar Rapel, em parceria com a empresa Eva Tour Eco-Etnoturismo, agência e operadora de turismo receptivo da região. A empresa disponibilizou gratuitamente todos os equipamentos e a logística necessária para o treinamento, que teve duração de 12 horas.
Apesar de ter sido oferecido sem custos aos participantes, o treinamento tem um valor estimado de R$ 1.900 por aluno, considerando a estrutura e complexidade da atividade. “A gente conseguiu realizar essa capacitação de forma totalmente gratuita, sem apoio financeiro ou logístico de nenhuma instituição pública ou privada. Foi viabilizado exclusivamente pela nossa empresa e pela minha atuação direta na administração do curso, junto com a Jéssica Roter Borges-Gaspari”, destacou Ademar.
O conteúdo programático incluiu técnicas de rafting em águas rápidas, princípios de segurança, gestão de risco, liderança e trabalho em equipe — elementos fundamentais para transformar a vivência em uma ferramenta de geração de renda e fortalecimento cultural.
Com vasta experiência em busca e salvamento em ambientes aquáticos, altura e locais inóspitos, Ademar também é pós-graduado em integração de pessoas com mobilidade reduzida em atividades de aventura. Ele vê na formação de indígenas um caminho sólido para promover protagonismo e autonomia em iniciativas de turismo sustentável.
“A ideia é capacitar os jovens indígenas para que possam conduzir suas próprias experiências turísticas, com segurança e valorização da identidade. Essa é uma ferramenta poderosa de transformação social e preservação ambiental”, afirmou.
A imersão também teve como objetivo identificar talentos locais com espírito de liderança e disposição para multiplicar o conhecimento adquirido, impulsionando novos projetos de ecoturismo e etnoturismo na região.
Conforme os organizadores, o treinamento tem duração em média 5 dias e com 12 horas de curso os alunos já obtiveram êxito e avanço nas atividades. No treinamento houve aula teórica e prática de técnica resgate.
“Foram dois dias e terá ainda mais 3 dias de curso, buscamos apoio de patrocinadores para aumentar a escala de treinamento e curso”, frisou os organizadores.
