A deputada estadual Janaina Riva (MDB) criticou duramente a decisão do governador Mauro Mendes (União) de exonerar a chefe do Procon-MT, Cristiane Vaz, classificando a medida como “arbitrária e abusiva”. A declaração foi feita nesta quarta-feira (12), durante entrevista à imprensa.
A exoneração foi oficializada pelo Ato n.º 2.275/2026, publicado no Diário Oficial do Estado, com data de segunda-feira (10). Cristiane Vaz vinha sendo alvo de pressões políticas após coordenar um relatório técnico que apontou indícios de fraudes em contratos de empréstimos consignados feitos em nome de servidores estaduais sem autorização ou assinatura.
“Na minha opinião, a exoneração é arbitrária, é abusiva. Ela foi exonerada por fazer o seu trabalho, porque vi o relatório superficialmente, e ali ela identifica um crime cometido contra os servidores. Praticamente 100% dos consignados foram realizados sem concordância do servidor público. Ela denuncia um crime gravíssimo e paga com o cargo por isso”, afirmou Janaina.
A parlamentar destacou ainda que, embora o cargo seja de livre nomeação, a decisão causa preocupação por aparentar retaliação. “Ela estava num cargo comissionado, então isso é discricionário do governo. Mas a impressão que passa é que o governo não quer resolver ou quer proteger aqueles que roubaram do servidor. A mensagem é muito ruim. Exoneraram a chefe do Procon depois que ela apresentou um relatório técnico e complexo, que incriminou bancos, fintechs e operadoras financeiras que lesaram os servidores de Mato Grosso”, declarou.
Questionada sobre o caráter político da decisão, Janaina foi enfática: “Claro que sim, é retaliação, obviamente. Ela fez um relatório amplo e foi exonerada. Eu entenderia se ela não tivesse feito um trabalho de qualidade. Agora, ela faz um relatório de muitas páginas, com informações e provas, e o governador manda ela embora.”
A exoneração de Cristiane Vaz ocorre em meio às denúncias de irregularidades nos empréstimos consignados de servidores estaduais, tema que tem gerado grande repercussão política e administrativa no Estado.
