
A Polícia Civil do Amazonas prendeu em flagrante, na tarde de sábado (7), Rômulo Alves da Costa, de 42 anos, por usar o corpo do avô morto para pedir esmolas nas ruas do centro de Manaus. A cena chocante foi denunciada por pedestres e comerciantes que estranharam o fato de o idoso não se mover, mesmo sob o sol intenso.
Ao ser acionado, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) constatou que o idoso já estava morto há algumas horas e apresentava sinais evidentes de rigidez cadavérica. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML), onde será submetido a exames para identificar as causas da morte.
O idoso foi identificado como José Pequenino, que sofria de problemas renais e fazia uso de bolsa coletora. Ele não mantinha contato com outros familiares há meses, desde que foi levado por Rômulo com a justificativa de visitar parentes.
Segundo informações do g1, Rômulo é neto biológico de José, mas foi registrado como filho. Familiares relataram à polícia que ele era usuário de drogas e tinha saído da prisão recentemente. Apesar disso, o avô costumava acolhê-lo sempre que ele aparecia.
As circunstâncias da morte de José Pequenino ainda estão sob investigação. A polícia apura se ele já estava sem vida quando foi levado às ruas por Rômulo ou se faleceu durante o percurso. A hipótese de maus-tratos ou negligência também não está descartada.
O caso gerou comoção e indignação nas redes sociais e reacende o alerta sobre o abandono de idosos, o uso de pessoas vulneráveis para obtenção de dinheiro e a falta de políticas públicas eficazes para acolher dependentes químicos em situação de rua.