
Condenado por uma série de crimes brutais que chocaram o país em 1998, Francisco de Assis Pereira, conhecido como o Maníaco do Parque, declarou, por meio de sua advogada, que se considera um “homem transformado” e “apto a viver em sociedade”. A declaração vem a público faltando apenas três anos para o término da pena, que o colocará novamente em liberdade após 30 anos de prisão.
Apesar de ter sido condenado a mais de 270 anos de reclusão por matar sete mulheres e estuprar mais de uma dezena, Francisco cumprirá o limite legal de 30 anos, conforme a legislação penal vigente à época da condenação. Ele está preso atualmente na penitenciária de Iaras, no interior de São Paulo.
A advogada Caroline Landim, que tem acompanhado o detento nos últimos meses a partir de um projeto voltado à saúde mental em presídios, relatou ao portal Metrópoles que Francisco tem se mostrado introspectivo, ligado à fé e reflexivo sobre os crimes. “Ele fala que quer dar voz a tudo que passou e sempre lembra que aprendeu com os erros, que hoje é outra pessoa”, disse.
Segundo ela, o condenado não demonstra medo da liberdade, mas reconhece estar desatualizado com a sociedade. “Ele sabe que vai precisar de ajuda, porque ficou muito tempo fora do mundo.”
O passado brutal
Francisco de Assis ficou conhecido nacionalmente em 1998, quando sete mulheres foram encontradas mortas no Parque do Estado, zona sul de São Paulo, em um curto intervalo de tempo. Ele usava a promessa de carreira como modelo para atrair vítimas, apresentando-se como caça talentos.
As mortes tinham um padrão: corpos despidos, abusos sexuais e sinais de estrangulamento. O caso ganhou ampla repercussão e, após o relato de vítimas sobreviventes, a polícia elaborou um retrato falado que circulou pela imprensa. Pouco depois, Francisco fugiu, mas acabou capturado.
Na empresa em que trabalhava como motoboy, a polícia encontrou documentos de uma das vítimas. A descoberta selou sua identificação como o autor dos crimes e o início de uma das mais emblemáticas caçadas policiais da história recente do país.
O que esperar?
A possível soltura do Maníaco do Parque em 2028 já provoca inquietação em parte da sociedade e levanta discussões sobre os limites da legislação penal brasileira. Aos 60 anos, Francisco pode estar prestes a encerrar o que, para muitos, é um dos episódios mais sombrios do sistema carcerário.