
Annie Souza/Rdnews
A transferência das atividades do antigo Hospital Universitário Júlio Müller para o novo prédio, localizado na MT-040, está marcada para o dia 1º de janeiro de 2026. A confirmação foi feita na tarde desta terça-feira (17) pelo superintendente da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSH), Reinaldo Gaspar, durante audiência pública sobre a conclusão da unidade. Segundo ele, a previsão do governo estadual é de entregar a obra no dia 31 de dezembro deste ano.
“Nós esperamos que, de fato, seja entregue a obra no dia 31 de dezembro, como foi assinado pelo governador Mauro Mendes, e a gente possa ocupar esse espaço a partir do dia 1º de janeiro de 2026, justamente pra continuar fazendo o que a gente já faz, com mais qualidade”, afirmou Gaspar.
Pela manhã, Gaspar, o presidente da EBSH, Arthur Chioro, e o deputado estadual Lúdio Cabral (PT) vistoriaram as obras e anunciaram que o hospital mais que dobrará o número de leitos de alta complexidade, passando de 106 para 286, com todos os atendimentos garantidos de forma 100% gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
“Esse hospital deve quase triplicar a quantidade de leitos para atender a população, aprimorar os serviços já existentes como pediatria, obstetrícia, clínica médica e cirúrgica, e incorporar novos atendimentos de alta complexidade”, destacou Lúdio Cabral.
Durante a audiência, Arthur Chioro chamou atenção para o alto custo de manutenção do novo hospital, estimado em cerca de R$ 500 milhões anuais, considerando o valor médio de R$ 1,5 milhão por leito. “A grande dificuldade da área hospitalar não está apenas na construção ou na compra de equipamentos, mas no custo de operação, que envolve folha de pagamento, equipes de profissionais de nível superior e médio, e toda a manutenção contínua da estrutura”, frisou.
Investimento e cronograma
A construção do novo Júlio Müller teve início em 2012, com previsão inicial de entrega para 2014, antes da Copa do Mundo, como hospital de apoio ao evento. No entanto, à época, apenas 9% da obra foi executada, e o contrato acabou rescindido no fim de 2014. A obra ficou parada por sete anos, até ser retomada em 2021.
O projeto conta com investimento contratual de R$ 207,4 milhões, dividido entre a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), responsável pela formação de profissionais da saúde no local, e o Governo de Mato Grosso. Segundo a reitora da UFMT, Marluce Silva, um recurso extra de R$ 140 milhões foi solicitado aos Ministérios da Saúde e da Educação, com compromisso de liberação já firmado.
“Precisamos de algo em torno de R$ 140 milhões, que deverá ser liberado em parcelas. O cronograma de liberação dessas parcelas, contudo, ainda não nos foi informado”, explicou a reitora.
Definições na fase final
Durante a audiência, Arthur Chioro reforçou a necessidade de definir todos os detalhes estruturais e operacionais enquanto a obra ainda está sob contrato com o Governo do Estado, antes da doação definitiva do hospital para a UFMT.
“Uma vez doado, a universidade não poderá usar o contrato vigente para fazer adaptações. Tudo que for necessário — perfil assistencial, compra de equipamentos, mobiliário e instalações — precisa ser resolvido agora, durante a vigência do contrato. Receber a estrutura pronta e adequada é fundamental para o bom funcionamento da unidade”, destacou Chioro.
A previsão oficial é que as obras sejam concluídas até o dia 31 de dezembro de 2025, para que a transferência e início das atividades ocorram no primeiro dia de 2026.