
Dados do Ministério da Saúde revelam que o papilomavírus humano (HPV), a infecção sexualmente transmissível mais comum do mundo, está presente em 54,4% das mulheres e 41,6% dos homens que já iniciaram a vida sexual. A doença está associada a diversos tipos de câncer, incluindo de colo do útero, ânus, pênis, vulva e orofaringe.
Além das áreas genitais, o HPV pode atingir também a cavidade oral, especialmente por meio do sexo oral desprotegido. A cirurgiã de cabeça e pescoço Bianca Faria explica que a prática aumenta o risco de transmissão do vírus para a boca, podendo causar lesões e, em casos mais graves, evoluir para câncer de orofaringe (região da garganta que inclui a base da língua, amígdalas e parte posterior da boca).
“O HPV pode provocar infecções na boca e garganta, muitas vezes assintomáticas, que só são percebidas quando já estão em estágio mais avançado”, alerta a médica. Ela ressalta que pessoas com múltiplos parceiros sexuais e que não utilizam preservativo durante o sexo oral estão mais expostas à infecção.
O HPV é altamente transmissível e, em muitos casos, o organismo elimina o vírus naturalmente. No entanto, certas cepas do vírus são oncogênicas, ou seja, têm potencial para causar câncer, especialmente quando a infecção se mantém ativa por longos períodos.
A importância da vacinação e prevenção
O Ministério da Saúde oferece vacina contra o HPV para meninas e meninos de 9 a 14 anos, além de grupos prioritários. O uso de preservativo em todas as práticas sexuais, inclusive o oral, é uma das principais formas de prevenção.