
O ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, de 63 anos, foi assassinado na noite desta segunda-feira (15) em Praia Grande, no litoral paulista. Fontes, que atualmente ocupava o cargo de secretário de Administração da prefeitura do município, era considerado um dos principais inimigos da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
Segundo informações da Polícia Civil, o crime ocorreu por volta das 18h, na Avenida Dr. Roberto de Almeida Vinhas, no bairro Vila Mirim. Imagens registradas por moradores mostram homens armados com fuzis atirando contra o carro do ex-delegado, que havia colidido com um ônibus e capotado durante a fuga. Após a batida, os criminosos se aproximaram e executaram a vítima.
O atual delegado-geral da corporação, Artur Dian, confirmou a morte e se deslocou ao município. A Secretaria da Segurança Pública emitiu nota lamentando o assassinato e afirmou que equipes de inteligência estão em campo para identificar e prender os envolvidos.
Fontes era conhecido pela atuação firme contra o PCC. Nos anos 2000, comandou investigações que resultaram no indiciamento dos principais líderes da facção, incluindo seu chefe, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola. A ofensiva fez com que o então delegado passasse a ser alvo declarado do crime organizado.
Nomeado delegado-geral da Polícia Civil em 2019 pelo ex-governador João Doria, ele permaneceu no cargo até 2022. Desde 2023, trabalhava na Prefeitura de Praia Grande. Ao longo da carreira, fez pós-graduação em Direito Civil e foi professor de Criminologia e Direito Processual Penal.
O histórico de ameaças contra Fontes já havia se refletido em episódios anteriores. Em dezembro de 2023, ele e a esposa foram vítimas de um assalto em Praia Grande, quando tiveram uma moto de luxo e outros bens levados por criminosos.
A Prefeitura de Praia Grande também lamentou a morte em nota oficial. O caso segue sob investigação da Polícia Civil.