Redação 
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Integrante do Comando Vermelho é investigado por fazer “intercâmbio de guerra” na Ucrânia
A Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga um integrante do Comando Vermelho (CV) que teria viajado à Ucrânia para aprender técnicas de guerra. Philippe Marques Pinto, de 29 anos, é suspeito de ter participado de um “intercâmbio” em áreas de conflito com a Rússia. O objetivo, segundo a Subsecretaria de Inteligência (Ssinte), seria aplicar o conhecimento adquirido em ações armadas contra forças de segurança brasileiras.
De acordo com as investigações, Philippe tem ligação direta com o traficante Antonio Hilário Ferreira, o Rabicó, uma das principais lideranças do CV e chefe do Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo. O suspeito teria viajado ao menos três vezes à Europa desde o início da guerra, em 2023, sempre partindo do Aeroporto do Galeão com destino a Lisboa, antes de seguir para a zona de conflito.
A primeira viagem teria ocorrido em junho de 2023, com retorno ao Brasil seis meses depois. Em seguida, o traficante permaneceu um ano no continente europeu, entre junho de 2024 e junho de 2025. A terceira ida, em setembro deste ano, ainda não teve retorno confirmado. Fotos e vídeos obtidos pela polícia mostram o homem armado, usando uniforme militar e circulando em áreas de combate.
A Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) deve instaurar um inquérito para apurar o caso. Philippe, que já tem passagens por tráfico, poderá responder também por apologia e associação para o tráfico. A defesa dele não foi localizada.
A investigação surge em meio a um cenário de crescente militarização das facções. A recente megaoperação no Rio, que deixou 121 mortos, revelou o uso de drones com explosivos pelo Comando Vermelho — uma tática inspirada em zonas de guerra como a Ucrânia e Gaza.
Além dos drones, criminosos têm recorrido a fuzis de fabricação clandestina, câmeras termográficas, bloqueadores de GPS e até explosivos escondidos em barricadas, conhecidos como “cones-granada”, que funcionam como minas terrestres. Segundo especialistas, o avanço tecnológico e bélico do crime organizado coloca o país diante de um novo e perigoso patamar de confronto urbano.
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