A Operação Fio de Aço, deflagrada na última terça-feira (4) para desmantelar um esquema de fraudes em procedimentos médicos financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), conduzida pela Delegacia de Combate à Corrupção (Deccor) , apura a manipulação de contratos e simulação de concorrência entre empresas para superfaturar orçamentos e desviar recursos públicos.
Entre os alvos estão o urologista Carlos Evaristo Metello e o médico-cirurgião e empresário Aritony de Alencar Menezes, proprietário da empresa Contectmed. Ambos tiveram mandados de busca e apreensão cumpridos em suas residências, localizadas no condomínio de luxo Florais dos Lagos, em Cuiabá. Um deles chegou a ser abordado pelos investigadores enquanto se exercitava na academia do condomínio.
O suposto líder do esquema, segundo a polícia, é Anderson Leôncio de Oliveira Araújo. As empresas Rondelo, Uromed e L.A Serviços também estão sob investigação. O prejuízo estimado aos cofres públicos pode chegar a R$ 8 milhões.
A juíza Edna Ederli Coutinho determinou o bloqueio inicial de R$ 388 mil em bens dos investigados, além do sequestro de veículos e imóveis e bloqueio de contas bancárias. Foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão em Cuiabá e Várzea Grande.
A investigação começou após denúncia do Centro Judiciário de Solução de Conflito e Cidadania da Saúde Pública (Cejusc), que identificou sobrepreços em orçamentos apresentados à Justiça em processos para custeio de cirurgias via SUS. Segundo a Deccor, as empresas envolvidas simulavam concorrência, mas eram controladas pelo mesmo grupo, que direcionava contratações e forjava competitividade.
Os investigados estão proibidos de manter contato entre si e com testemunhas, de deixar a comarca sem autorização judicial e tiveram os passaportes apreendidos. As empresas ligadas ao grupo também estão impedidas de firmar novos contratos com o poder público.

