A COP30, realizada em Belém, tem sido alvo de críticas e chegou a ser apelidada de FLOP30 devido à baixa participação de líderes mundiais e à sensação de que o evento não atingiu o prestígio esperado pelo governo federal. Em meio à repercussão, a primeira-dama Janja da Silva tornou-se um dos principais focos dessa discussão.
Janja ganhou destaque nacional ao receber a Ordem do Mérito Cultural na classe mais alta da honraria, reconhecida por sua atuação no cenário cultural e por sua participação direta em agendas oficiais da conferência. A condecoração reforçou sua posição como figura pública atuante e influente, mesmo que sua presença na COP30 tenha sido vista por críticos como mais simbólica do que prática.
Em entrevistas, a primeira-dama declarou que trabalha para colocar as mulheres no centro do debate climático e destacou sua atuação como enviada especial. Suas falas chamaram atenção, principalmente após a declaração em que se referiu às participantes como “atoras principais”, expressão que acabou viralizando e alimentou ainda mais o debate político em torno da conferência.
Para opositores, o protagonismo de Janja representa uma estratégia de construção de imagem em um momento em que a COP30 enfrenta dificuldades para se afirmar como encontro de peso no cenário internacional. A ausência de diversos chefes de Estado e a sensação de que parte do evento tem mais caráter de espetáculo político do que de impacto concreto reforçaram o discurso de críticos que enxergam contradições entre a retórica ambiental e a prática governamental.
Entre apoiadores do governo, no entanto, a presença de Janja é vista como um avanço na valorização feminina e no esforço de tornar a agenda climática mais inclusiva, aproximando o debate de pautas sociais e culturais.
A COP30 segue em curso com atividades, debates e negociações, mas ainda cercada por questionamentos sobre seus resultados e sobre o papel que figuras públicas têm ocupado no centro das atenções.
