
O governo japonês executou, nesta sexta-feira (27), Takahiro Shiraishi, de 34 anos, condenado à morte por uma série de crimes brutais que chocaram o país em 2017. Conhecido como o “assassino do Twitter”, ele matou, esquartejou e escondeu os restos mortais de nove pessoas — oito mulheres e um homem — em sua residência, após atraí-las por meio da rede social.
A execução, por enforcamento, foi a primeira realizada no Japão desde 2022 e foi confirmada pelo ministro da Justiça, Keisuke Suzuki. Ele classificou os crimes como “astutos e cruéis” e disse que a decisão foi tomada após “cuidadosa consideração”.
Shiraishi foi preso em outubro de 2017, quando a polícia investigava o desaparecimento de uma jovem de 23 anos que havia publicado mensagens sobre suicídio em sua conta do Twitter. A partir dessas postagens, seu irmão rastreou os passos da jovem e levou os investigadores até o apartamento do acusado, na cidade de Zama, nos arredores de Tóquio.
O local foi descrito como uma verdadeira “casa dos horrores”: dentro do imóvel, foram encontrados 240 fragmentos humanos escondidos em caixas, cobertos com areia de gato para disfarçar o odor de decomposição. Facas, serras e outras ferramentas também foram apreendidas no local.
Durante as investigações, Shiraishi admitiu ter abordado vítimas com pensamentos suicidas na internet, oferecendo ajuda para “morrerem sem dor”. Porém, os investigadores concluíram que ele se aproveitava da vulnerabilidade emocional das vítimas para satisfazer seus próprios desejos sexuais e roubar os pertences delas após os assassinatos.
A defesa tentou argumentar que as vítimas teriam consentido com a própria morte, o que justificaria uma pena mais branda. No entanto, a Justiça japonesa rejeitou esse entendimento e sentenciou o acusado à pena capital em 2020.