
Um jovem de 24 anos perdeu a visão após sofrer uma grave intoxicação por metanol em Várzea Grande, na região metropolitana de Cuiabá. Segundo informou às autoridades sanitárias, ele havia consumido um uísque de procedência desconhecida durante uma confraternização com amigos no bairro Parque do Lago, no último dia 12 de outubro.
A Vigilância Sanitária do município ainda tenta localizar o amigo da vítima, responsável por adquirir a bebida, para identificar a origem do produto e rastrear o ponto de falsificação. A meta é responsabilizar os envolvidos pela adulteração.
De acordo com as autoridades, o jovem começou a sentir os primeiros sintomas no dia seguinte à ingestão — visão turva, confusão mental, dor abdominal, sonolência e vômitos. Ele só procurou atendimento médico na quinta-feira (16), quando foi levado à UPA Ipase e, após avaliação, internado na UTI com suspeita de intoxicação por metanol. Posteriormente, foi transferido para o Hospital Municipal de Cuiabá (HMC).
A Vigilância Epidemiológica coletou amostras de sangue para exame laboratorial, e o resultado, confirmado nesta quarta-feira (22) pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde de Mato Grosso (CIEVS-MT), comprovou a intoxicação.
Embora o paciente não corra risco de morte, a contaminação provocou uma lesão irreversível no nervo óptico, resultando em cegueira — uma das sequelas mais graves causadas pelo metanol.
Risco invisível e letal
O metanol é uma substância tóxica usada como solvente industrial, combustível e componente de produtos de limpeza. Mesmo em pequenas quantidades, sua ingestão pode causar danos neurológicos, hepáticos e visuais severos, podendo levar à cegueira ou à morte.