
A Justiça de Mato Grosso determinou a devolução de um veículo Toyota Corolla ao Sicoob – Cooperativa de Crédito do Centro-Norte – ao reconhecer que a instituição financeira é a legítima proprietária do automóvel, apreendido no âmbito da Operação Apito Final. A ação investiga um esquema de lavagem de dinheiro ligado à facção criminosa Comando Vermelho.
A decisão é da juíza Alethea Assunção Santos, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, e foi proferida na última sexta-feira (18). A magistrada concluiu que o Sicoob não possui qualquer envolvimento com os crimes investigados e, portanto, tem direito à posse do bem.
De acordo com o processo, o Corolla, ano/modelo 2020/21, foi adquirido por Mario Henrique Tavito da Silva por meio de um financiamento de R$ 116 mil junto ao Sicoob. O carro foi dado como garantia em contrato de alienação fiduciária, o que significa que, legalmente, o bem permanece em nome do banco até a quitação total da dívida. No entanto, o cliente deixou de pagar as parcelas a partir de setembro de 2024, o que levou o banco a acionar a Justiça para retomar o veículo.
O carro foi inicialmente apreendido por ordem judicial, mas acabou bloqueado após o nome de Tavito aparecer entre os alvos da Operação Apito Final, que teria como principal investigado Paulo Witer Farias Paelo, o “WT”, apontado como líder da célula criminosa em Mato Grosso.
Na análise dos autos, a juíza reforçou que a titularidade do bem pertence ao Sicoob, conforme previsto em lei nos casos de alienação fiduciária. O Ministério Público Estadual também se manifestou favorável à devolução do carro, ao reconhecer que a instituição não teve qualquer participação nas irregularidades investigadas.
Com a liberação, o banco está autorizado a vender o veículo para quitar o saldo devedor do financiamento. Caso haja valor excedente na venda, o montante deverá ser depositado em juízo e ficará à disposição do processo criminal.