
A Justiça da Flórida, nos Estados Unidos, intimou novamente o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na última segunda-feira (7/7). A notificação faz parte de uma ação movida pela Trump Media — empresa que pertence ao presidente americano Donald Trump — e pela plataforma de vídeos Rumble. As duas acusam Moraes de desrespeitar leis dos Estados Unidos e promover censura, ao determinar o bloqueio de perfis digitais que operam a partir do território americano.
De acordo com o documento, o ministro brasileiro terá um prazo de 21 dias para apresentar resposta a um dos advogados citados na petição. Caso não haja manifestação nesse período, a Justiça americana poderá proferir uma sentença à revelia.
A ofensiva judicial contra Moraes é resultado de uma série de medidas adotadas pelo magistrado a partir de 2024, quando ordenou o bloqueio de perfis em redes sociais, como o X (antigo Twitter), que, segundo ele, descumpriram decisões judiciais brasileiras. As ordens afetaram contas mantidas por brasileiros e estrangeiros nos Estados Unidos, o que gerou reação no governo Trump e entre parlamentares republicanos.
Além da ação civil, o caso também provocou um movimento diplomático. Em maio, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, anunciou restrições de visto para “autoridades estrangeiras e pessoas cúmplices na censura de americanos”. Na ocasião, Rubio declarou que “estrangeiros que trabalham para minar os direitos dos americanos não devem ter o privilégio de viajar para os Estados Unidos”.
No Brasil, o Ministério da Justiça confirmou ter recebido um ofício do governo dos EUA, relatando as denúncias contra Moraes. A pasta classificou o documento como meramente informativo e sem qualquer efeito prático no país. O ofício sequer teria tramitado via Embaixada americana em Brasília, sendo enviado diretamente do Departamento de Justiça norte-americano para o ministério.
O ministro Alexandre de Moraes ainda não se manifestou publicamente sobre a nova intimação.