
A Justiça da Itália rejeitou um pedido de prisão feito pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), contra o ex-assessor Eduardo Tagliaferro. A solicitação havia sido enviada no fim de julho, mas só agora foi divulgada.
Embora tenha negado a prisão, o tribunal italiano determinou medidas restritivas: Tagliaferro teve o passaporte retido e está proibido de deixar a cidade onde vive, no sul da Itália. Nesta quarta-feira (1º), ele foi conduzido a uma delegacia para cumprir os procedimentos relacionados ao processo. Em suas redes sociais, afirmou que não foi preso e que está bem.
O advogado de defesa, Eduardo Kuntz, explicou que a ida do ex-assessor à delegacia faz parte do andamento do pedido de extradição feito pelo governo brasileiro.
Acusações no Brasil
A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou Tagliaferro por supostos crimes cometidos durante o período em que atuou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sob a presidência de Moraes. Entre as acusações estão violação de sigilo funcional, coação no curso do processo, obstrução de investigação e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Tagliaferro foi assessor-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE entre agosto de 2022 e julho de 2023.
Próximos passos
Apesar da negativa da prisão, o processo de extradição segue em análise na Justiça italiana. As medidas cautelares aplicadas indicam que o tribunal europeu optou por restrições menos severas, mas mantém Tagliaferro sob vigilância enquanto avalia o pedido formal do Brasil.