O deputado federal Kim Kataguiri (União-SP), uma das lideranças do Movimento Brasil Livre (MBL), protocolou na Câmara dos Deputados o projeto de lei batizado de “Lei Anti-Oruam 2.0”, que busca impedir que pessoas que apoiem direta ou indiretamente facções criminosas ou organizações terroristas possam se candidatar a cargos públicos. Segundo o texto, manifestações de apoio, incluindo declarações em redes sociais, poderão ser usadas para enquadrar candidatos nas restrições previstas.
INELEGIBILIDADE para ASSOCIADOS do CRIME ORGANIZADO pic.twitter.com/BdJWOG3jh8
— Kim Kataguiri (@KimKataguiri) October 31, 2025
Nas redes sociais, Kataguiri criticou a “normalização” do envolvimento de criminosos na política e afirmou que não é admissível que faccionados se candidatem e sejam eleitos. Em vídeo gravado nesta segunda-feira (3), o parlamentar citou casos de extrema violência cometida por traficantes de drogas em favelas brasileiras, incluindo execuções de moradores, espancamentos e punições cruéis. Ele ressaltou que a população frequentemente apoia operações de segurança devido à gravidade da situação e reforçou que os verdadeiros inimigos das comunidades são os criminosos, e não os agentes de segurança.
Quantas ATROCIDADES nós vamos assistir até enxergar a VERDADE pic.twitter.com/SlqyTse3nw
— Kim Kataguiri (@KimKataguiri) November 3, 2025
Kataguiri também defendeu reformas legais mais rigorosas, incluindo a criação de uma nova constituição que permita pena de morte e prisão perpétua para crimes graves cometidos por facções. Ele citou pesquisas apontando que quase 90% dos moradores de favelas no Rio de Janeiro apoiam operações policiais contra o Comando Vermelho (CV), em contraste com 55% do restante da cidade.
O deputado criticou políticos e intelectuais de esquerda por, segundo ele, romantizarem o tráfico e desconhecerem a realidade das favelas, onde moradores enfrentam ameaças diárias e a interferência de facções em serviços básicos. Ele também mencionou a decisão do Paraguai e da Argentina de classificar o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho como organizações terroristas, defendendo a cooperação internacional e penas mais duras como instrumentos de combate ao crime organizado transnacional.
Nossos vizinhos estão mostrando como derrotar o governo e as facções do crime organizado. pic.twitter.com/Y1Blkx7xmv
— Kim Kataguiri (@KimKataguiri) November 2, 2025
O projeto “Lei Anti-Oruam 2.0” ainda precisa passar pelas comissões da Câmara e ser aprovado em votação para entrar em vigor, mas já provoca debates sobre fiscalização de candidatos com vínculos suspeitos e fortalecimento da legislação eleitoral em meio à crescente preocupação com a segurança pública no país.
