
O líder da extrema direita em Portugal, André Ventura, candidato a primeiro-ministro pelo partido Chega, passou mal durante um comício na cidade de Tavira, no sul do país, nesta quarta-feira (13), e precisou ser encaminhado ao hospital. O episódio ocorre a apenas cinco dias das eleições legislativas, marcadas para o próximo domingo (18).
Imagens registradas no evento mostram o momento em que Ventura leva a mão ao peito após beber um copo de água, sinalizando desconforto. Em seguida, foi retirado às pressas do palco por sua equipe de assessores, sob visível mal-estar.
De acordo com a imprensa portuguesa, o político foi levado ao Hospital de Faro, onde passou por exames. O jornal Público informou que Ventura está “bem” e “consciente”, mas deve continuar sob observação. Já o semanário Expresso noticiou que um eletrocardiograma feito ainda na ambulância não detectou alterações relevantes.
O partido Chega ainda não se pronunciou oficialmente sobre o impacto do incidente na reta final da campanha.
Clima de incerteza em meio à eleição antecipada
O episódio com Ventura aumenta o clima de incerteza num cenário político já instável. As eleições legislativas foram convocadas em meio a uma crise política que culminou com a dissolução do Parlamento em março, determinada pelo presidente Marcelo Rebelo de Sousa, após o então primeiro-ministro Luís Montenegro perder um voto de confiança.
Montenegro foi acusado de beneficiar uma empresa de consultoria ligada a seus filhos, o que ele nega. A crise levou Portugal à sua terceira eleição parlamentar em pouco mais de três anos.
Pesquisas recentes indicam que a Aliança Democrática, liderada por Montenegro, deve vencer novamente, ampliando a vantagem sobre o Partido Socialista. O Chega, embora ainda distante das duas principais forças, aparece consolidado como terceira via, com crescimento nas intenções de voto.
O estado de saúde de Ventura, portanto, surge como um novo fator de instabilidade às vésperas de uma eleição decisiva para os rumos políticos de Portugal.