
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu, nesta segunda-feira (8), os líderes dos países que compõem o BRICS em uma cúpula virtual que durou cerca de 1h30. Participaram Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Indonésia, Irã, Egito, Emirados Árabes Unidos e Etiópia. O encontro foi realizado no âmbito da presidência rotativa brasileira do bloco e teve como foco a defesa do multilateralismo e a necessidade de reformar as instituições globais.
Durante a reunião, Lula afirmou que o BRICS deve se consolidar como um instrumento de fortalecimento da cooperação entre os países emergentes, mas também como um espaço de construção de soluções conjuntas para os principais dilemas mundiais. Ele criticou medidas unilaterais, como o aumento recente de tarifas adotadas pelos Estados Unidos contra produtos do bloco, ressaltando que essas práticas distorcem o comércio e prejudicam a economia global.
Os líderes presentes destacaram a importância de repensar a governança internacional, com uma ordem mais justa, inclusiva e representativa do Sul Global. Também defenderam maior integração econômica e solidariedade diante dos desafios impostos pelo protecionismo e pelas crises internacionais.
A cúpula serviu como preparação para três eventos multilaterais de grande relevância que ocorrerão ainda neste ano: a 80ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York, em setembro; a COP-30, em Belém, em novembro; e a Cúpula do G20, também em novembro.
Lula ainda reforçou a importância de avançar em reformas na Organização Mundial do Comércio, no Conselho de Segurança da ONU e em mecanismos financeiros internacionais. Segundo ele, tais mudanças são necessárias para que os países em desenvolvimento tenham mais voz nas decisões que moldam a economia e a política global.
O encontro terminou com um consenso entre os líderes de que o BRICS deve atuar não apenas como um bloco econômico, mas também como um agente de paz e cooperação internacional, defendendo um comércio mais equilibrado e relações globais mais inclusivas.