
Durante entrevista ao podcast “Mano a Mano”, apresentado por Mano Brown, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva revelou ter ligado para a ex-presidente argentina Cristina Kirchner após sua condenação por corrupção. Em tom pessoal e emocionado, Lula afirmou que a conversa incluiu lágrimas e reforçou que sua amizade com a líder peronista vai além dos cargos políticos. A visita a Cristina está prevista para a primeira semana de julho, durante a cúpula do Mercosul, em Buenos Aires.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) revelou nesta quinta-feira (19), durante participação no podcast Mano a Mano, que telefonou para a ex-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, após a confirmação de sua condenação por corrupção. Segundo Lula, a conversa foi comovente. “Ela até chorou”, disse. “Falei para ela que nossa amizade não dependia de cargos, mas de sermos gente de verdade.”
Cristina foi condenada a seis anos de prisão e teve seus direitos políticos suspensos por envolvimento em contratos superfaturados e fraudes em licitações na província de Santa Cruz, durante seu mandato. A ex-presidente nega as acusações e afirma ser vítima de lawfare — uso do Judiciário como arma política — e perseguição da direita argentina. Ela também sobreviveu a um atentado em 2022.
Após um pedido de seus advogados, a Justiça argentina autorizou que Cristina cumpra a pena em prisão domiciliar, com base em sua idade (mais de 70 anos) e na ausência de risco de fuga. Ela não precisará usar tornozeleira eletrônica, como havia sido inicialmente solicitado.
Segundo o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), ex-ministro da Secom, Lula deve visitar Cristina na primeira semana de julho, aproveitando sua participação na cúpula do Mercosul, marcada para os dias 2 e 3, em Buenos Aires. O parlamentar viajou à Argentina nesta semana como representante do PT para prestar solidariedade à ex-presidente.
Em nota oficial, o Partido dos Trabalhadores comparou a situação de Cristina à vivida por Lula em 2018: “Cristina Kirchner, tal qual Lula, enfrenta desde que saiu da Presidência uma perseguição política, com uso do lawfare e uma campanha sistemática de ódio e mentiras por parte da direita e da grande mídia.”