
A mudança de Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, para Madri, na Espanha, levanta uma pergunta inevitável: por que o filho mais velho do presidente Lula decidiu deixar o Brasil e só retornar após o fim do mandato do pai, em 2026?
A justificativa oficial é objetiva: ele foi contratado para trabalhar presencialmente em uma empresa na capital espanhola. Mas será que é só isso?
Lulinha, que já foi chamado de “o filho que enriqueceu do nada” por adversários políticos, sempre carregou consigo o peso de ser alvo — mesmo quando fora do noticiário. Desde os tempos da Gamecorp até as investigações que o cercaram e foram posteriormente arquivadas, seu nome nunca deixou de ser citado como símbolo das relações entre política, poder e negócios. Ainda que sem condenações, a sombra permaneceu.
Agora, com o pai novamente na Presidência da República, ele escolhe o silêncio e a distância. O que isso nos diz? É medo de virar alvo político novamente? É uma tentativa de proteger o governo Lula de um desgaste desnecessário? Ou é apenas uma escolha pessoal, legítima, de quem quer viver longe dos holofotes?
Há também quem questione: por que justo agora? Justo no meio de um governo que enfrenta pressões, ataques da oposição, e onde qualquer detalhe da vida privada vira munição política?
A ausência de Lulinha, em vez de apagar, reacende a curiosidade. Se estivesse no Brasil, talvez fosse alvo de críticas por proximidade demais. Longe, levanta dúvidas por se afastar demais.
A verdade é que sua saída revela mais sobre o ambiente político brasileiro do que sobre ele mesmo. Um país onde o sobrenome Lula ainda é poderoso — e pesado. Um país em que, às vezes, o maior erro é simplesmente estar por perto.
Fica a pergunta: Lulinha fugiu do barulho ou da responsabilidade? Ou apenas escolheu viver em paz?
