
Francisco de Assis Pereira, conhecido nacionalmente como o Maníaco do Parque, planeja mudar de nome e recomeçar a vida ao sair da prisão. Condenado a 280 anos por uma série de crimes que chocaram o país nos anos 1990, ele deve ser libertado em 2028, quando completará o limite de 30 anos de reclusão previsto pela legislação penal em vigor à época de sua condenação.
Em entrevista à psicóloga forense Simone Lopes Bravo, concedida na Penitenciária de Iaras, no interior de São Paulo, o criminoso afirmou estar transformado. “Sou um novo homem. Aquele Francisco não existe mais”, declarou o detento de 57 anos, atualmente ocupando a cela 59 do Pavilhão 3 da unidade, onde convive com outros seis presos condenados por crimes sexuais.
Segundo reportagem do jornal O Globo, Pereira já elabora planos para o período pós-prisão, que incluem a mudança de identidade. Um médico da penitenciária afirmou que o ex-personal trainer agora pesa cerca de 120 quilos, apresentando um físico bastante diferente daquele exibido nos anos em que cometeu os crimes no Parque do Estado, zona sul da capital paulista.
Sem arrependimento público
Apesar de declarar ter se convertido, Francisco não demonstrou intenção de pedir desculpas às famílias das vítimas. “Deus já me perdoou”, afirmou. Questionado se estaria disposto a conversar com os parentes das mulheres assassinadas, limitou-se a dizer: “A conversão é o único caminho.”
A proximidade da data de sua soltura tem gerado forte reação de autoridades e da sociedade. O promotor responsável por sua condenação declarou que o criminoso “voltará a matar”. Já sua própria advogada reconheceu: “Por mim, ele ficaria preso para sempre.”
A expectativa de que Francisco de Assis Pereira deixe a prisão reacende debates sobre os limites da legislação penal brasileira e a reincidência em crimes graves. O caso continua a causar indignação e preocupação, especialmente entre os familiares das vítimas, que temem que a liberdade do Maníaco do Parque represente risco à sociedade.