Mato Grosso abriga 195 etnias, povos ou grupos indígenas reconhecidos pelo Censo Demográfico 2022, divulgado nesta sexta-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número representa um aumento de 31% em relação ao levantamento de 2010, quando foram identificadas 149 etnias no estado.
O crescimento reflete não apenas a diversidade étnica do território mato-grossense, mas também um movimento crescente de autoafirmação identitária. Segundo o IBGE, mais pessoas têm se reconhecido como indígenas, inclusive nas áreas urbanas, fenômeno impulsionado por processos de migração e urbanização.
Entre os povos mais numerosos e tradicionais estão Xavante, Bororo, Pareci, Nambikwara, Kayapó e Terena, além de dezenas de grupos menores espalhados por municípios como Cuiabá, Tangará da Serra, Barra do Garças e Juína.

O estudo ainda revelou que 295 línguas indígenas são faladas atualmente no Brasil. Em Mato Grosso, se destacam o A’uwe (Xavante), o Boe (Bororo) e o Haliti (Pareci), que seguem resistindo dentro das comunidades, mesmo com a redução do uso das línguas originárias fora das Terras Indígenas — consequência do avanço do português nas escolas e nos centros urbanos.
Apesar da riqueza cultural, o levantamento do IBGE aponta desafios persistentes: o acesso precário a serviços básicos como água potável, saneamento e coleta de lixo ainda é realidade em diversas aldeias do estado.
