Mato Grosso lidera o ranking nacional como o estado com maior proporção de homens do Brasil, segundo dados do Censo Demográfico de 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Do total de 3.658.649 habitantes, 50,33% são homens (1.841.241 pessoas), superando a média nacional de 48,52%. Já as mulheres somam 49,67% (1.817.408 pessoas).
Além de Mato Grosso, apenas outros três estados têm maioria masculina: Roraima (50,32%), Tocantins (50,1%) e Acre (50,04%).
Segundo especialistas, o principal fator que contribui para essa diferença é o comportamento migratório. Mais de 34% da população mato-grossense é formada por migrantes – brasileiros de outros estados e estrangeiros –, configurando a segunda maior taxa de migração líquida do país. Esse movimento migratório é predominantemente masculino, impulsionado pela busca por oportunidades de trabalho, principalmente nos setores da agropecuária, do garimpo e da construção civil.
Apesar da alta proporção atual, a tendência é de queda. Em 2010, os homens representavam 51,04% da população estadual – uma diferença que vem diminuindo ao longo do tempo.
Para Luiz Zardo, professor do Departamento de Estatística da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), a migração masculina é o principal responsável pela manutenção da média acima do padrão nacional. No entanto, ele alerta que essa realidade tende a mudar.
— A grosso modo, na ausência de migração, a população masculina tende a reduzir, por estar mais exposta à mortalidade, geralmente associada a causas externas — explica o professor.
Entre os principais fatores que afetam a longevidade masculina estão a exposição a substâncias tóxicas, a negligência com a saúde, acidentes de trânsito e a violência.
Outro elemento que deve impactar a proporção de homens nos próximos anos é a mudança no fluxo migratório, com menor entrada de trabalhadores vindos de outras regiões.
Perfil da população mato-grossense
O Censo também mostrou que Mato Grosso ocupa o 16º lugar no ranking dos estados mais populosos do Brasil, com taxa de crescimento anual de 1,57%. Dos mais de 3,6 milhões de habitantes, mais de um milhão vive na região metropolitana formada por Cuiabá e Várzea Grande. A maioria da população se declara parda e vive em áreas urbanas.
