
O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), deputado Max Russi (PSB), declarou que “não há clima” para a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar supostas irregularidades nos empréstimos consignados oferecidos a servidores públicos do estado. A oposição tenta viabilizar a investigação, mas ainda não conseguiu reunir as oito assinaturas necessárias para protocolar o pedido.
Segundo Russi, a CPI teria mais chances de avançar no momento em que as primeiras denúncias surgiram. No entanto, ele acredita que agora é o momento de aguardar os resultados das investigações conduzidas pelos órgãos de controle. “O TCE está bastante atuante, o conselheiro Sérgio tem feito belo trabalho, os deputados estão acompanhando, tem projeto que vem hoje para ser votado”, afirmou.
O parlamentar destacou ainda a importância do projeto encaminhado pelo Governo do Estado, que visa limitar o acesso ao crédito consignado com o objetivo de evitar o superendividamento dos servidores. A proposta foi apresentada pessoalmente pelo governador em exercício, Otaviano Pivetta (Republicanos), na sede do Legislativo estadual.
Para Max, a suspensão dos descontos relacionados a quatro empresas, incluindo a Capital Consignum — já envolvida em escândalos semelhantes em outros estados — demonstra que o Executivo tem adotado providências. “Infelizmente, deu prejuízo aos nossos servidores e o governo já fez a suspensão dos descontos. Vamos votar o projeto aqui para impedir que bancos e instituições como essa, que deram problemas em outros estados, possam voltar a atuar em Mato Grosso”, pontuou.
Outro ponto defendido pelo presidente da ALMT é o fim do repasse de valores das operações de crédito dos bancos para o Governo. Ele considerou inadequado que o Estado tenha qualquer tipo de vantagem financeira sobre os empréstimos contraídos por seus próprios servidores. “Se o Estado ganha mais uma taxa, essa taxa é cobrada do servidor. Banco não vai pagar isso, ele vai pagar e cobrar do servidor”, declarou.
Afastamento de secretário
Max Russi também negou ter sugerido ao governador a exoneração do secretário de Planejamento e Gestão, Basílio Bezerra. Segundo ele, apenas recomendou que o titular da pasta não coordenasse as investigações internas, já que as denúncias envolvem diretamente a secretaria sob seu comando.
“Eu sugeri que essa comissão não fosse presidida pelo secretário. O Estado tem uma CGE, que é bastante atuante, e tem condições de fazer os apontamentos e construir as soluções”, explicou o deputado. “Não é função de deputado pedir para trocar de secretário. Agora, posso não concordar que o secretário participe de uma investigação na secretaria onde teve problema”, finalizou.