
Bruno Felisberto, médico de 29 anos que está preso preventivamente após matar a namorada Kethlyn Vitória de Souza, de apenas 15 anos, morava com a adolescente em Guarantã do Norte (725 km de Cuiabá).
A mãe da vítima, ainda abalada, contou que os dois estavam juntos há cerca de cinco meses. “Ele demonstrava ser um bom rapaz, no começo. Mas depois ficou claro que era possessivo. Brigavam muito, e isso era na frente de todo mundo.”
A convivência do casal, segundo relatos da mãe da jovem ao portal UOL, era marcada por ciúmes excessivos, brigas públicas e tentativas frustradas da família em afastar os dois.
“Ele era muito ciumento com ela. Cheguei a tirar minha filha da cidade por causa disso, levei ela para o Pará. Mas ela acabou voltando”, contou Luciana de Souza, de 39 anos, mãe de Kethlyn. A adolescente foi assassinada com um tiro na cabeça na madrugada do último sábado (3), dentro do carro do médico. A versão dele é de que o disparo foi acidental — tese descartada pela Polícia Civil.
Segundo o delegado Waner dos Santos Neves, o laudo pericial apontou um tiro na nuca, de trás para frente, o que não condiz com a alegação de Bruno. “O laudo é claro. O disparo foi feito de forma incompatível com a versão dele. O áudio enviado ao irmão e a confissão ao delegado deixam evidente que não foi acidente”, afirmou.
Luciana também afirmou que Bruno chegou a tentar convencer que Kethlyn havia atirado em si mesma, mas logo depois confessou o crime: “Ele falou no hospital que tinha sido acidente, que ela que tinha atirado. Mas depois confessou que foi ele quem atirou. Disse que atirou porque quis.”
Kethlyn sonhava em ser advogada criminalista. Vaidosa e carinhosa com a família, ajudava nas tarefas de casa e tinha planos de vida. “Ela amava cuidar das irmãs, vivia sorrindo. Sexta-feira ela estava feliz, sorridente. Hoje está num cemitério”, lamentou Luciana.
A defesa de Bruno Felisberto foi procurada pela reportagem do UOL, mas não respondeu até a publicação. O espaço segue aberto.
Denuncie violência contra mulheres
Casos de violência doméstica e feminicídio podem ser evitados com denúncias. Ligue 190 em situações de emergência. Também é possível buscar ajuda anônima pelo número 180 (Central de Atendimento à Mulher) ou pelo Disque 100, que recebe denúncias de violações aos direitos humanos.