Um menino de 8 anos teve o dedo decepado após ter a mão prensada por um colega na porta de uma sala da Escola Municipal Agostinho Simplício de Figueiredo, no bairro Poção, em Cuiabá, na última segunda-feira (24). O caso resultou em ferimento grave e motivou uma série de denúncias da família sobre a forma como o atendimento foi conduzido pela unidade escolar.
Segundo relato da mãe, a criança foi socorrida por uma professora e um inspetor, que o levaram até a UPA do Leblon. O pedaço do dedo arrancado, porém, foi colocado às pressas em um pano de limpeza e entregue dentro da mochila do aluno, sem qualquer tipo de conservação adequada, como gelo ou embalagem correta. O portal Repórter MT também destacou que a mãe só foi avisada quando o menino já estava na unidade de saúde, sem informações claras sobre a gravidade da lesão.
Ao chegar à UPA, a mulher encontrou o filho sangrando intensamente. Devido à gravidade, a equipe orientou transferência imediata ao Hospital Municipal de Cuiabá (HMC). Sem ambulância disponível, o menino foi levado ao hospital em um carro de aplicativo. Já no centro cirúrgico, a mãe foi informada de que o fragmento do dedo estava guardado de forma improvisada.
“Estava enrolado com um pano que as pessoas usam para tirar poeira. Pano descartável de limpeza”, relatou. “Em nenhum momento o dedo foi colocado no gelo; a conservação estava muito precária.”
A mãe contou que implorou ao cirurgião para tentar reimplantar o dedo do filho. O procedimento foi feito, mas há risco de rejeição devido ao armazenamento inadequado do membro amputado. A criança deve passar por nova avaliação após dez dias de medicação.
A advogada da família, Tatiane Barros, afirma que o caso configura lesão corporal gravíssima, ainda que sem dolo, e pode resultar em responsabilização civil e criminal. Ela classificou a situação como revoltante e criticou a falta de preparo da escola para lidar com acidentes graves.
Em nota, a Secretaria Municipal de Educação lamentou o ocorrido, informou que prestou apoio à família e que o aluno responsável pelo ferimento foi advertido. O órgão reiterou que repudia qualquer forma de violência no ambiente escolar.
