
De tempos em tempos surge uma notícia assustadora sobre “vinhos falsos” e logo vem o medo: será que colocam metanol nas garrafas? Dá pra ser enganado até com o rótulo?
Antes de qualquer pânico, vamos com calma. Há sim fraudes no mundo do vinho, mas nem tudo é o que parece e a boa notícia é que, com um pouco de atenção, é possível se proteger sem perder o prazer de abrir uma garrafa.
O que é um “vinho falso”?
Nem toda falsificação é igual. Às vezes, é o rótulo que é copiado (o clássico “marca famosa com conteúdo duvidoso”). Outras vezes, o vinho é diluído, misturado com bebidas mais simples ou até trocado por um genérico qualquer. Há também fraudes de origem e safra um vinho comum que se passa por um grande terroir.
O resultado é sempre o mesmo: o consumidor paga caro por algo que não é o que promete.
E o tal do metanol?
Esse é o ponto que mais assusta. O metanol é um álcool tóxico, diferente do etanol (o “álcool bom”, presente nas bebidas). Ele pode aparecer em destilados feitos de forma artesanal e sem controle cachaças ou licores clandestinos, por exemplo mas não faz parte da produção de vinho.
Durante a fermentação natural da uva, uma quantidade mínima de metanol é formada, mas dentro de níveis totalmente seguros. Ou seja: ninguém adiciona metanol ao vinho seria perigoso, ilegal e impossível de disfarçar. O verdadeiro risco vem de bebidas caseiras ou “piratas” sem controle nenhum.
Como a falsificação acontece
As falsificações mais comuns são bem mais “comerciais”: rótulos impressos sem cuidado, garrafas reaproveitadas, vinhos muito simples vendidos como se fossem de safras ou regiões nobres. Não chega a ser um crime de envenenamento, mas é uma forma de enganar e tirar o brilho de quem trabalha direito.
Como se proteger
Algumas atitudes simples ajudam muito:
🍷 Compre de lugares confiáveis. Evite “ofertas milagrosas” na internet ou contatinhos.
🍷 Olhe o rótulo e o lacre. Tudo muito torto, colado de qualquer jeito ou com erro de ortografia? Desconfie.
🍷 Desconfie do preço. Se parece bom demais pra ser verdade, geralmente é falso.
🍷 Siga o seu olfato. Cheiro estranho, muito forte ou químico? Não insista.
🍷 Prefira marcas conhecidas e com importadores identificados. Informação clara é sinal de credibilidade.
E se mesmo assim você suspeitar, não jogue fora a garrafa guarde o rótulo, a nota fiscal e procure o lugar onde comprou. Se for algo sério, dá pra denunciar ao PROCON ou à Vigilância Sanitária.
Um brinde à confiança
O vinho é, antes de tudo, cultura e prazer não deve ser motivo de medo. As fraudes existem, mas o risco de metanol em vinhos de mercado é praticamente nulo. O que realmente faz diferença é informação e atenção.
Então, da próxima vez que abrir uma garrafa, olhe o rótulo com curiosidade, valorize o produtor honesto e brinde à transparência. Afinal, vinho bom é aquele que traz histórias verdadeiras da videira até a taça.
Até a próxima