
Na manhã deste sábado (19), um bebê recém-nascido foi encontrado abandonado em um terreno baldio na cidade de Angelândia, localizada na região do Jequitinhonha, em Minas Gerais. A criança apresentava ferimentos graves, com a orelha esquerda e o pé esquerdo completamente amputados, além de uma amputação parcial no pé direito — possivelmente causadas por ataque de animal, segundo o Corpo de Bombeiros.
A Polícia Militar (PM) conseguiu identificar a mãe da criança: trata-se de uma adolescente de 16 anos, que vive em uma casa ao lado do terreno onde o bebê foi deixado. De acordo com informações da 23ª Companhia Independente da PM, a jovem teria dado à luz de forma natural em um dos quartos da residência, sem qualquer tipo de assistência médica.
Além da adolescente, sua mãe e o padrasto também foram conduzidos à delegacia de Capelinha, onde prestam depoimento durante a noite. Segundo o tenente Acrísio Gomes de Jesus, há fortes indícios de que os responsáveis pela menor tinham conhecimento da gravidez.
“A gente acha bem difícil eles não saberem que ela estava grávida. A adolescente teve o parto em um dos quartos da casa, um parto natural. Assim que identificamos a mãe dessa criança, a PM a socorreu para a Policlínica de Angelândia, onde foi confirmado que ela teve um parto recentemente”, informou o tenente.
De acordo com a PM, a adolescente demonstrava estar “apática” e “visivelmente abalada”. Ao ser questionada sobre o pai da criança, preferiu não se pronunciar.
Estado de saúde do bebê
O bebê foi inicialmente levado ao hospital de Capelinha e, em seguida, transferido para o Hospital João XXIII, em Belo Horizonte. Apesar da gravidade dos ferimentos, a expectativa é positiva.
“Felizmente fizemos o primeiro socorro para o Hospital de Capelinha e, posteriormente, deslocamos com ela para o Hospital João XXIII. A informação que temos é que existe uma alta probabilidade de ela sobreviver”, disse emocionado o tenente Acrísio Gomes.
O resgate da criança, registrado em vídeo por populares e divulgado nas redes sociais, comoveu a comunidade local. O caso segue sob investigação da Polícia Civil, que vai apurar a responsabilidade pelo abandono e as circunstâncias do parto e dos ferimentos.
A adolescente e seus responsáveis devem responder por abandono de incapaz e, possivelmente, por omissão, caso se comprove que sabiam da gravidez e não buscaram assistência adequada.