
O presidente da Argentina, Javier Milei, e o prêmie Benjamin Netanyahu durante encontro em Israel (Foto: Presidência da Argentina/EFE) Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/mundo/milei-cita-atentados-e-classifica-ira-como-inimigo-da-argentina/ Copyright © 2025, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.
O presidente da Argentina, Javier Milei, declarou nesta quinta-feira (19) que o Irã é “um inimigo da Argentina” e alertou que, caso o país islâmico se torne uma potência nuclear, “o mundo estará em apuros”. As declarações foram feitas durante entrevista ao canal LN+.
Milei se referiu diretamente aos dois maiores atentados terroristas já registrados em solo argentino: o ataque de 1992 à Embaixada de Israel, que matou 22 pessoas e feriu outras 242, e o atentado de 1994 à Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA), que deixou 85 mortos e mais de 300 feridos. Ambos os episódios são atribuídos ao grupo terrorista Hezbollah, apoiado pelo Irã, segundo investigações internacionais. No entanto, os casos seguem sem resolução definitiva pela Justiça argentina.
“Dois atentados: AMIA e Embaixada de Israel. 114 mortos. O Irã é um inimigo da Argentina”, afirmou Milei, em tom categórico.
Durante a entrevista, o presidente também exaltou o papel de Israel em ações militares contra regimes autoritários no Oriente Médio. Ele citou os bombardeios israelenses contra instalações nucleares no Iraque, em 1981, e na Síria, em 2007, e afirmou que Israel “está salvando a cultura ocidental”.
“Israel está fazendo o trabalho sujo que outros não fazem. É atacado pelos teocráticos porque querem fazê-lo desaparecer, e pela esquerda porque representa a base moral do capitalismo na cultura judaico-cristã”, afirmou.
Milei reafirmou sua estreita aliança com os governos de Israel e dos Estados Unidos e voltou a elogiar o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, a quem chamou de “meu querido amigo, Bibi”.
Durante visita recente a Israel, o presidente argentino confirmou a intenção de transferir a Embaixada da Argentina de Tel Aviv para Jerusalém — uma decisão polêmica que alinha seu governo à política externa dos EUA e de países que reconhecem Jerusalém como capital israelense.
Segundo Milei, no atual conflito entre Israel e o grupo Hamas, a comunidade internacional tem “invertido os papéis de vítima e agressor”, criticando o que considera uma “visão equivocada” da guerra no Oriente Médio.