
O Ministério da Fazenda confirmou que o empresário Jonathan Rosa Vieira Bispo, de 42 anos, preso nesta sexta-feira (12) na Operação Rede de Mentiras, atuava de forma irregular na captação de recursos e oferta de serviços de investimento sem autorização legal. Ele já vinha sendo alvo de alertas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) desde março deste ano.
Segundo as investigações conduzidas pela Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon), Jonathan liderava um esquema de pirâmide financeira de alcance nacional. O grupo prometia lucros mensais de até 7% e usava canais digitais, como o YouTube — em especial o canal “Treta Trader” —, além de empresas como Metaverso Assessor de Investimento Ltda., Metaverso Soluções Digitais Ltda. e o site metaverso.ltda, para recrutar vítimas.
Durante a operação, a Justiça determinou a prisão dos envolvidos, bloqueou mais de R$ 1,3 milhão e expediu mandados de busca, apreensão e sequestro de bens. Outras empresas ligadas ao suspeito, como Multiverso Digital Ltda. e Bispo Investments Ltda., foram identificadas como fachadas para movimentar o dinheiro obtido de forma ilícita.
Em março, a CVM havia emitido um Ato Declaratório exigindo a suspensão imediata das atividades e proibindo a divulgação de qualquer oferta de investimento por meio de sites, aplicativos ou redes sociais, por ferirem a legislação vigente.
O caso é investigado por crimes como estelionato, lavagem de dinheiro, associação criminosa e crimes contra a economia popular. Até o momento, 27 vítimas prestaram depoimento, mas a estimativa é de que o número de prejudicados seja muito maior. Há relatos de perdas que variam de alguns milhares a centenas de milhares de reais, além de ameaças sofridas por quem cobrava a devolução do dinheiro investido.
A Justiça suspendeu o registro das empresas e proibiu os investigados de exercerem atividades econômicas. O nome da operação, Rede de Mentiras, remete ao uso das redes sociais como instrumento central para atrair investidores com promessas falsas de lucro fácil.