
“Informei ao presidente que o asilo estava sendo concedido, pois a medida está totalmente dentro das normas da Convenção de Caracas e do ordenamento jurídico internacional.”
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta sexta-feira (18) que o uso de uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) foi a única alternativa viável para transportar Nadine Heredia Alarcón, ex-primeira-dama do Peru, até o Brasil. Ela recebeu asilo diplomático após ser condenada por envolvimento em um esquema de corrupção.
A decisão do governo brasileiro gerou forte reação entre parlamentares da oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em entrevista à GloboNews, o chanceler explicou que a medida teve caráter emergencial:
“O avião da FAB existe para servir ao governo brasileiro em ações dos mais diferentes aspectos e motivações. Nesse caso específico, foi a única forma segura e rápida de retirá-la do país, com a concordância do governo peruano.”
Segundo Mauro Vieira, o asilo foi concedido com base em razões humanitárias. Nadine passou por uma cirurgia delicada na coluna e ainda está em processo de recuperação. Ela desembarcou em Brasília na quarta-feira (16), acompanhada do filho menor de idade. Ambos solicitaram refúgio para permanecer legalmente no Brasil. De acordo com o advogado Marco Aurélio de Carvalho, a família deve fixar residência em São Paulo.
“O asilo diplomático foi concedido com base na Convenção de Caracas e na legislação brasileira. Também consideramos as condições médicas e o fato de ela estar acompanhada do filho menor”, reiterou Vieira.
O ministro também confirmou ter comunicado previamente o presidente Lula sobre a decisão:
“Informei ao presidente que o asilo estava sendo concedido, pois a medida está totalmente dentro das normas da Convenção de Caracas e do ordenamento jurídico internacional.”
Nadine Heredia e seu marido, o ex-presidente peruano Ollanta Humala (2011–2016), foram condenados a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro. O casal é acusado de receber recursos ilícitos da empreiteira Odebrecht e de autoridades venezuelanas — acusações que ambos negam.