
Donald Trump
Em mais um movimento estratégico para reforçar sua plataforma econômica, o presidente dos Estados Unidos anunciou nesta segunda-feira (4) mudanças nas tarifas de importação para veículos vindos da Coreia do Sul, Japão e União Europeia. A medida faz parte de uma nova rodada de acordos comerciais que prometem injetar centenas de bilhões de dólares na economia norte-americana — ao mesmo tempo em que aumentam a competitividade das montadoras estrangeiras no mercado dos EUA.
Redução de tarifas e aumento de investimentos
No centro do pacote está a redução da tarifa de importação de automóveis para 15%, valor bem abaixo dos 25% inicialmente prometidos pelo ex-presidente Donald Trump. Em troca, países parceiros devem realizar investimentos bilionários nos Estados Unidos, principalmente nas áreas de tecnologia, energia e mobilidade elétrica.
No caso da Coreia do Sul, o governo se comprometeu a aportar cerca de US$ 350 bilhões no território americano, conforme reportado pela CNBC. A Hyundai Motor Group, que controla as marcas Hyundai e Kia, celebrou o acordo como uma “conquista histórica”, diante do sucesso de modelos como o Hyundai Tucson EV nos EUA.
Aliança estratégica com Japão e União Europeia
A mesma alíquota reduzida também valerá para o Japão, com vigência já a partir deste mês. Além de abrir mercado para as montadoras nipônicas, o acordo inclui cláusulas de transferência de tecnologia e investimentos em infraestrutura energética nos EUA.
Com a União Europeia, além da tarifa de 15% para o setor automotivo, o bloco se comprometeu a aumentar a compra de recursos energéticos e armamentos norte-americanos, além de investimentos diretos na economia dos EUA — uma exigência que reforça o viés protecionista e militarista da atual política externa de Washington.
Impactos no consumidor e no mercado
Os acordos devem impactar diretamente o consumidor norte-americano, com queda no preço dos veículos, especialmente os modelos elétricos e híbridos. As montadoras estrangeiras ganham maior competitividade, enquanto empresas tradicionais dos EUA, como Ford, GM e Stellantis, tendem a perder espaço.
Por outro lado, a medida foi bem recebida por grupos empresariais e investidores, que veem nos tratados uma forma de manter os Estados Unidos como centro estratégico da indústria automobilística global.
