
A prisão de Tserere, em dezembro de 2022, acabou desencadeando uma série de atos violentos na capital federal.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ordenou nesta sexta-feira (25/4) a soltura do indígena xavante José Acácio Serere Xavante, conhecido como Cacique Tserere. Preso desde dezembro do ano passado ao tentar fugir para a Argentina, ele agora responderá em liberdade, mas sob condições rígidas.
Entre as medidas cautelares impostas estão o uso de tornozeleira eletrônica, a proibição do uso de redes sociais (inclusive através de terceiros), a vedação de contato com outros investigados, além da proibição de conceder entrevistas sem autorização do STF. Tserere também só poderá receber visitas de seus advogados.
O líder indígena, que se autointitula pastor evangélico, foi uma das figuras centrais nas manifestações antidemocráticas ocorridas em Brasília. Ele atuava nos acampamentos montados em frente ao Quartel-General do Exército, onde se defendia um golpe militar contra a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
A prisão de Tserere, em dezembro de 2022, acabou desencadeando uma série de atos violentos na capital federal. Na ocasião, manifestantes bolsonaristas incendiaram veículos e tentaram invadir a sede da Polícia Federal em protesto contra a detenção do cacique.
Conhecido por suas críticas contundentes ao ministro Alexandre de Moraes e por questionar publicamente a legitimidade das urnas eletrônicas, Cacique Tserere agora terá que manter discrição e cumprir à risca as determinações judiciais.