
Abilio Brunini, Prefeito de Cuiabá
O prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), removeu de suas redes sociais o vídeo em que humilhava e expunha adolescentes da Escola Estadual Alice Fontes Pinheiro, após uma representação feita pelo deputado estadual Lúdio Cabral (PT) ao Ministério Público de Mato Grosso (MPMT).
O episódio ocorreu em agosto, durante um evento promovido pelo Governo do Estado. Na ocasião, Abílio gravou e publicou um vídeo no qual ridicularizava estudantes que haviam feito o sinal do “L”, em referência ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O conteúdo, postado no perfil do prefeito com mais de 1,1 milhão de seguidores, acumulou milhares de comentários — muitos deles ofensivos aos adolescentes.
Nesta terça-feira (20), a promotora Daniele Crema da Rocha de Souza, da Promotoria da Infância e Juventude da Capital, informou que notificou o prefeito sobre o caso. A Procuradoria-Geral do Município (PGM) respondeu que Abílio pediu desculpas pela repercussão e removeu o vídeo. Com a exclusão do conteúdo, a promotora arquivou a notícia de fato por perda de objeto, mas destacou que a investigação criminal segue em andamento na Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ).
O deputado Lúdio Cabral afirmou que o caso representa uma violação grave de direitos.
“Abílio cometeu um crime no ambiente escolar e expôs estudantes nas redes sociais, praticando um crime continuado de cyberbullying. É inaceitável que uma autoridade responsável pela educação infantil e fundamental de milhares de crianças aja dessa forma”, declarou.
Na denúncia, Lúdio pediu a responsabilização civil, criminal e administrativa do prefeito, além da remoção imediata do vídeo, que configurava exposição vexatória e incentivo ao linchamento virtual.
Durante a gravação, o prefeito ironizou os adolescentes, questionando se sabiam resolver uma conta de 4×4 e afirmando que “sabem fazer o L, mas não sabem quanto é 4×4”. A fala foi amplamente criticada por carregar tom de deboche e humilhação pública.
O caso segue sob análise do Ministério Público, que avalia possíveis infrações ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).