
O promotor de Justiça Luiz Fernando Rossi Pipino, que atuou no julgamento do caso conhecido como “Chacina de Sorriso”, revelou que Cleci Calvi Cardoso, de 46 anos, lutou até o fim para proteger as três filhas de serem estupradas e mortas pelo pedreiro Gilberto Rodrigues dos Anjos, de 34 anos. O crime ocorreu na madrugada de 24 para 25 de novembro de 2023, em Sorriso, a 387 km de Cuiabá.
Durante a audiência, realizada nesta quinta-feira (7) no plenário da 1ª Vara Criminal, o representante do Ministério Público exibiu imagens da residência das vítimas e apontou que Cleci tentou fechar uma porta para impedir o acesso do criminoso ao restante da casa. Gilberto, que trabalhava em uma obra ao lado, já havia monitorado a rotina da família e estudado a estrutura da residência antes de agir.
“O réu monitorou os horários, estudou a rota de entrada, desviou dos cães e executou o plano diabólico com frieza e precisão”, afirmou o promotor, destacando que o assassino aguardou até as luzes da casa se apagarem para invadir o local.
Luta desesperada
Segundo o MP, Cleci se deparou com o criminoso na cozinha e tentou abrir a porta dos fundos para que os cães entrassem ou que os vizinhos ouvissem seus gritos. Nesse momento, as duas filhas mais velhas correram para ajudá-la, mas não conseguiram impedir o ataque. A mãe foi esfaqueada no pescoço e as jovens, ao tentarem se esconder na suíte, foram alcançadas e mortas também a facadas.
A filha mais nova foi a última vítima, morta por asfixia. Enquanto as vítimas agonizavam no chão, Gilberto estuprou três delas, exceto a caçula. Após o crime, ele lavou o chinelo na cozinha e saiu pelo mesmo local por onde entrou.
Descoberta e prisão
Os corpos foram encontrados apenas na manhã de 27 de novembro. No momento do crime, o pai das meninas e marido de Cleci, Regivaldo Batista Cardoso, estava viajando a trabalho. Gilberto foi preso pela Polícia Civil e confessou o crime, que ficou marcado pela extrema violência e frieza na execução.
