
Uma mulher de 27 anos foi presa na noite de sábado (14), após agredir duas médicas, outros funcionários e causar destruição em setores do Hospital Márcia Braido, no bairro Santa Paula, em São Caetano do Sul (SP). Identificada como Natalia Carvalho de Souza, a mulher ficou descontrolada após não receber um atestado médico para si, o que motivou uma série de agressões físicas e danos materiais estimados em R$ 30 mil.
Segundo a prefeitura, Natalia havia levado a filha para atendimento pediátrico, mas se revoltou quando a médica responsável emitiu atestado apenas para a criança, recusando o documento para a mãe. A situação rapidamente saiu do controle. Além de agressões verbais, as médicas Dra. Miriam Macul e Dra. Gabriela Macul foram atacadas com socos. Seguranças e outros profissionais que tentaram conter a agressora também acabaram agredidos.
Em meio ao tumulto, computadores da recepção e equipamentos de um laboratório anexo foram quebrados. A recepção do hospital, móveis, portas e o totem de atendimento também foram danificados. De acordo com a administração municipal, o prejuízo foi calculado em aproximadamente R$ 30 mil. As vítimas sofreram apenas ferimentos leves e receberam atendimento na própria unidade.
Com o hospital parcialmente destruído, os atendimentos emergenciais precisaram ser deslocados temporariamente para o Hospital Zerbini. A normalização só ocorreu na manhã de domingo (15), após perícia e liberação do local pelas autoridades policiais.
A Polícia Militar foi acionada, e Natalia foi detida e levada à Delegacia Sede de São Caetano. Ela foi autuada por lesão corporal, injúria, ameaça e dano qualificado, sendo posteriormente encaminhada a uma unidade prisional.
O caso gerou forte repúdio de entidades médicas. Em nota, o Sindicato dos Médicos do ABC (Sindmed) classificou o episódio como “inaceitável” e reforçou a necessidade de mais segurança para profissionais de saúde. “É inadmissível que um médico seja agredido em seu local de trabalho, enquanto presta assistência à sociedade”, declarou o presidente do Sindmed, José Roberto Cardoso Murisset.
O sindicato também destacou dados alarmantes do Conselho Federal de Medicina (CFM), apontando que, no Brasil, um médico sofre violência em unidades de saúde a cada três horas. O Estado de São Paulo concentra quase metade dos casos registrados no país.
“O CFM, o Cremesp e o Sindmed ABC estão unidos na defesa da integridade dos profissionais médicos. As entidades seguem mobilizadas para fortalecer a legislação e garantir a punição dos agressores”, reforçou a nota. O sindicato ainda prestou solidariedade às médicas vítimas da agressão, colocando sua assessoria jurídica à disposição.
A prefeitura informou que todas as medidas legais cabíveis já foram tomadas e que a gestão municipal está oferecendo apoio aos profissionais envolvidos no caso.
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