
Em 1988, milhões de brasileiros aguardavam o momento mais esperado da televisão: a revelação de quem matou Odete Roitman, vilã icônica de Vale Tudo. Entre os 2,5 milhões de participantes de um concurso promovido pela TV Globo, apenas uma telespectadora acertou o nome da assassina — Laura Boaventura, que apostou em Leila, personagem interpretada por Cássia Kis.
Na época, Laura enviou três cartas com sua teoria e foi sorteada, levando o prêmio de 5 milhões de cruzados, valor que hoje equivaleria a cerca de R$ 85 mil. Ela lembra que a intuição veio durante o enterro de Odete: “Eles começaram a dar muitos closes na Leila, ela apareceu demais. Foi ali que percebi que tinha algo”, recorda.
Trinta e sete anos depois, o clássico de Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères ganhou um remake escrito por Manuela Dias, e Laura voltou a mostrar seu faro para mistérios. Procurada pelo programa Fantástico, ela fez duas apostas ousadas: que Odete Roitman estava viva e que Freitas, personagem de Luis Lobianco, ajudava a vilã em seu plano de fingir a própria morte.
Com o desenrolar da nova trama, as previsões se confirmaram — e Laura, mais uma vez, acertou o desfecho da história.
Segundo ela, o segredo está na atenção aos detalhes e na experiência de quem cresceu assistindo novelas com o avô, discutindo cada pista e comportamento dos personagens. “É só prestar atenção. As novelas dão sinais, como um bom mistério policial”, explicou.
Mais do que uma coincidência, o feito de Laura Boaventura simboliza a força da cultura televisiva brasileira e o envolvimento emocional do público com suas tramas. De 1988 a 2025, Vale Tudo continua despertando curiosidade, debates e, claro, teorias — e Laura segue sendo o exemplo máximo de quem sabe ler os segredos por trás da ficção.