
Brasília, 13 de junho de 2025 – O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, compareceu à Polícia Federal (PF) em Brasília nesta sexta-feira (13/6) para prestar depoimento. A oitiva faz parte de uma investigação que apura a tentativa de obtenção de um passaporte para facilitar sua saída do Brasil, um dia que também marcou a prisão do ex-ministro do Turismo do governo Bolsonaro, Gilson Machado, apontado como intermediador.
Cid chegou à sede da PF por volta das 10h57, em uma Range Rover vermelha, para as explicações sobre a suspeita de que ele tentaria deixar o país para atrapalhar o andamento da ação penal da trama golpista, na qual é um dos réus.
Mais cedo, ele já havia sido alvo de mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e cumpridos pela PF.
A investigação da PF busca entender a extensão da atuação de Gilson Machado nesse esquema. A Procuradoria-Geral da República (PGR) manifestou concordância com a investigação sobre o caso.
A Prisão de Gilson Machado e a Conexão com Mauro Cid
A prisão de Gilson Machado ocorreu no Recife, Pernambuco, também nesta sexta-feira. A PF e a PGR solicitaram a abertura de um inquérito ao STF para investigar o ex-ministro na terça-feira (10/6).
O pedido da PGR ao STF para a investigação de Machado inclui a autorização para a abertura do inquérito e o deferimento de medidas cautelares, como busca e apreensão (pessoal e domiciliar) e o afastamento dos sigilos de dados telemáticos e telefônicos, referentes ao período de 1º de janeiro a 5 de junho de 2025.
Para a PGR e a PF, há fortes indícios de que Gilson Machado tentou emitir um passaporte português para Mauro Cid, com o objetivo de viabilizar sua saída do território nacional. A Polícia Federal informou que Machado teria atuado junto ao Consulado de Portugal no Recife em 12 de maio de 2025 para auxiliar na obtenção do documento.
Mauro Cid, Bolsonaro e outros 29 indivíduos são réus em um processo que apura uma tentativa de golpe de Estado, que, segundo a PGR, visava manter o ex-presidente no poder após sua derrota para Luiz Inácio Lula da Silva nas Eleições de 2022.