
Em meio a um dos momentos mais tensos da atual legislatura, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), marcou para a noite desta quarta-feira (6/8), às 20h30 (horário de Brasília), uma sessão plenária com o objetivo de restabelecer a normalidade das atividades legislativas. A decisão ocorre mesmo diante da ocupação da Mesa Diretora por deputados bolsonaristas, que permanecem no local desde o início da semana em protesto contra a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro e decisões do STF.
Durante reunião com líderes partidários, Motta afirmou que presidirá pessoalmente a sessão e que os parlamentares que resistirem à retomada da ordem no plenário poderão ser suspensos de seus mandatos por até seis meses. A medida está prevista no artigo 15, inciso XXX, do Regimento Interno da Câmara dos Deputados.
A Secretaria Geral da Mesa publicou a decisão, deixando claro que “quaisquer condutas que tenham por finalidade impedir ou obstaculizar as atividades legislativas sujeitarão os parlamentares ao disposto no regimento interno”.
Em transmissão ao vivo nas redes sociais, os deputados federais Nikolas Ferreira (PL-MG) e Zé Trovão (PL-SC) relataram o clima de tensão dentro da Câmara. “Estamos sendo ameaçados de retirada à força pela polícia legislativa”, disse Nikolas. “O que está acontecendo é uma violência institucional contra parlamentares eleitos”, completou Zé Trovão.
A resistência dos bolsonaristas ocorre após uma série de decisões do STF contra aliados do ex-presidente Bolsonaro, incluindo prisões, bloqueios de contas e restrições de comunicação. O grupo afirma estar em “vigília permanente” dentro da Casa e prometeu não recuar mesmo diante da possibilidade de sanções internas.
A expectativa para a sessão das 20h30 é de confronto institucional. Nos bastidores, aliados de Hugo Motta defendem o uso de força policial, se necessário, para retomar a governabilidade no plenário. O impasse marca mais um capítulo da escalada de tensão entre o Legislativo e a ala mais radical da direita.
Com os olhos do país voltados para a Câmara dos Deputados, a noite desta quarta promete ser decisiva — não apenas para a condução dos trabalhos parlamentares, mas para o equilíbrio político em meio à crise.